A Expo 67 deveria acontecer em Moscou com o intuito de comemorar os 50 anos pós-Revolução Russa, mas por diversas razões a Rússia cancelou a realização do evento em seu território, passando ao Canadá o direito de sediar a exposição. Os canadenses não acreditavam que a exposição pudesse ser realizada em suas terras devido ao curto prazo. Foi necessário que o prefeito de Montreal e outros influentes trabalhassem arduamente para concretizar o feito.
Os movimentos de liberdade e a globalização tomavam conta desse período. Assim, o tema escolhido para a Exposição foi “O Homem e seu mundo”, sendo a habitação um dos enfoques principais.
Junto com a decisão de realizar a Expo 67 em Montreal foi realizado um aterro que resultou na península aonde parte da exposição aconteceu. A península somada aos investimentos que iriam ocorrer em toda cidade resultavam na oportunidade perfeita para a construção de algo tão experimental.
Localizado numa península criada que leva o nome de Cite Du Havre, o Habitat 67, projetado por Moshe Safdie em parceria com a McGill University, se tornou rapidamente um pavilhão invadido e admirado por milhares de pessoas de todo o mundo, mesmo este sendo então a residência temporária de algumas pessoas.
O conceito do projeto do habitat 67 já havia sido desenvolvido anos antes por Moshe Safdie, quando o mesmo estudava na McGill Univesrsity.
Esse complexo residencial se tornou um lugar para 148 famílias, que fizeram dos cubos pré-moldados seus lares. Essa comunidade ficou conhecida em todo o Canadá por seu estilo e qualidade de vida.
O cubo é a forma geométrica que compõe o Habitat 67. Em seu sentido material, cubo é o símbolo da estabilidade. Já em seu significado místico, simboliza a sabedoria, a verdade, a perfeição e a moral.
354 cubos foram içados para a construção de 148 residências. Localizadas entre o céu e a terra, a cidade e o rio, o verde e a luz.
O conjunto se une em uma gigantesca escultura, de interiores futurísticos, ruas de pedestres e terraços suspensos, clarabóias de diversos ângulos, grandes praças e incontáveis aberturas.
O conjunto de unidades forma uma grande escultura de interior futurista. É uma mescla de terraços suspensos, vistas diferentes dependendo do ângulo que se olha, grandes praças e monumentais torres de elevadores, sem se esquecer das aberturas aqui e ali que se abrem para espaços que chamam os transeuntes à contemplar e meditar.
Projetando o Habitat 67, Moshe Safdie queria oferecer um “pedaço do paraíso para cada um”. O Habitat 67 tem ao longo dos seus doze pavimentos características que se resumem em:
- 15 modelos variando de 1 a 8 cubos;
- Vistas dispostas em três lados e terraços ajardinados;
- Áreas que variam de 60 a 460m2, dispostas no 1º, 2º, 3º ou 4º pavimento;
- Terraços privados de 20 a 90 m2;
- Possibilidade de adicionar um solário;
- Seis elevadores;
- Passeios em vários níveis que dão acesso às residências;
- Aquecimento central e condicionamento de ar e
- Excelente isolamento acústico.
O Habitat 67 foi construído numa península que avança orgulhosamente em frente ao velho Porto de Montreal. Do terraço se pode desfrutar de uma infinidade de sensações: a exuberante vista das luzes da cidade, os sons do rio, o cheiro das árvores locais, o agradável ar advindo do rio e a magnitude de um céu estrelado.
O Habitat 67 é a redefinição que todos esperavam de uma residência urbana.
Texto: Viviane Furtado