O Edifício albergará as obras do Pintor brasileiro, o qual levará seu nome, Iberê Camargo. Está localizado em uma escarpa de Porto Alegre de onde, se contempla às margens do Lago Guaíba. Consiste em uma plataforma retangular, que contém o estacionamento, sobre o qual Siza verticaliza um volume irregular de concreto branco, cor obtida pela mescla de concreto com pedras brancas do rio vizinho. Parte das circulações são rampas como braços que se separam do corpo principal, marcando a fachada do edifício. As salas de exposições, ateliês, biblioteca e auditório fazem parte do programa que circundam o átrio central.
Álvaro Siza revelando Porto Alegre
O maior país da América Latina acolhe desde 31 de março de 2008, uma das mais novas obras de um dos cinco arquitetos mais prestigiados do mundo, Álvaro Siza.
A Fundação Iberê Camargo iniciou em 2001 a obra do museu concebido para abrigar as obras do pintor gaúcho. Coube a Porto Alegre, com suas vistas ao Lago Guaíba o entardecer com o maravilhoso pôr-do-sol da capital meridional brasileira, uma referência internacional em Arquitetura Contemporânea.
O edifício de concreto branco conta com três plantas baixas e um átrio que receberá obras de arte temporárias, aproveitando também o subsolo para instalação de um auditório e estacionamento. Tanto no seu exterior, como internamente, a obra se destaca por seu contraste entre curvas e retas, com corredores e rampas, simetria e assimetria, criando um diálogo entre a arte a natureza. Uma construção pouco comum entre as existentes na cidade. É a primeira vez que Porto Alegre recebe um edifício de tal importância arquitetônica, o que desperta certa curiosidade e expectativa do público.
A obra vai muito além dos seus limites. A preocupação com o fator ambiental foi um dos desafios que enfrentou Siza na elaboração do projeto. Verticalizado sobre um terreno estreito, entre águas e pedras, o arquiteto soube aproveitar o espaço, preservando a natureza imediata, e adota sistemas estruturais inovadores para garantir a preservação do meio ambiente. Negar a importância que terá o museu no marco internacional é como contrariar o caso do Museu Guggenhein em Bilbao. Como disse Siza, durante a inauguração da obra: “um museu pode revelar uma cidade para mundo”. Deste modo, Porto Alegre está se exibindo para o mundo, sugerindo uma nova fase para a cultura local.
Por Underléa Bruscato, Arquiteta, Doutora em Arquitetura pela ETSAB/Barcelona, professora Unisinos e Unilasalle. Editora na Arquiteturarevista.
Fotografias: Grazielle Bruscato Portella (Estudante de Design – UFRGS)
Agradecimento: Laline Cenci (tradução)