O que aconteceria se as redes WiFi fossem visíveis ao olho humano? Foi a primeira pergunta que os artistas noruegueses Timo Arnall, Knutsen Jørn y Einar Sneve Martinussen fizeram antes de desenvolver a instalação Inmaterials: Light Painting WIFI, um projeto que pretende descobrir como olhariam as cidades. Com uma larga haste de 4 metros e 80 pontos de luz, este projeto revela as secções transversais e explora o terreno invisível através das redes WiFi nos espaços urbanos, pela técnica fotográfica de larga exposição chamada “pintura de luz”.
Consiste numa técnica que foi inventada para o filme de 2009: Immaterials: the Ghost in the Field, que analisavam as arestas dos invisíveis campos que rodeiam os leitores de RFID e etiquetas no mundo, ou seja, davam vida à uma rede invisível que se propaga pela cidade.
Como funciona?
As luzes respondem à intensidade de sinal recebida (RSSI) de uma rede WiFi em particular. Quando caminhamos através de espaços arquitetônicos, urbanos, com esta sonda, tiramos fotografias da larga exposição, pode-se visualizar os cortes transversais, ou estratos, da intensidade do sinal WiFi, situados nestas imagens das cenas urbanas. As secções transversais são uma abstração da intensidade do sinal WiFi, um gráfico linear de RSSI através do espaço físico.
As imagens resultantes mostram algumas destas qualidades: suas crepitações aleatórias, manchas brilhantes e obscuras, sua reação à volumetria dos edifícios, e seu amplo alcance através de áreas abertas: e a “pintura de luz” é um meio inovador para locar as visualizações e os dados em lugares do mundo físico e as situações.
E se tivermos construído um grande aparato de “pintura de luz” que poderia traçar as redes da arquitetura e plataformas das cidades nos lugares e espaços em que vivemos?
Os criadores seguem em constante questionamento e interessados em compreender as redes de rádio e celulares como um dos substratos essências para a prática do desenho contemporâneo.
O vídeo mostra os caminhos de luz em um povoado de Oslo que conseguem interagir com o espaço e a arquitetura. É possível perceber como as redes invisíveis vão tomando forma, e viram parte da realidade, influenciando como um experimento de nosso ambiente cotidiano e urbano.