Devido ao grande aumento da população do distrito madrileno de El Prado no últimos anos, surge a necessidade de uma nova estação de distrito para atender as necessidades dos cidadãos. O edifício, obra de VOLUAR ARQUITECTURA está projetado para ser um elemento funcional, que responda perfeitamente ao complexo programa de uma estação clarificando os espaços de uso público, uso privado e seus elementos de relação. O edifício se desenvolve em uma superfície aproximada de 6.800 m2, diferenciando-se claramente 4 zonas em função dos usos que abrigam.
Na planta subsolo se situam os usos restritos do edifício; na planta de acesso se alojam os usos públicos, incluindo neste ponto a praça pública de acesso; a planta baixa se apresenta como um espaço de transição entre os usos públicos e privados; e nas plantas 1a, 2a e 3a, se desenvolvem os usos privados próprios de uma estação.
Todos os usos se articulam através de um espaço vazio, um pátio central coberto que se desenvolve em toda a altura do edifício e que configura o diálogo entre a zona privada e a zona pública, sendo a própria luz que atravessa as clarabóias deste pátio, o elemento unificador do projeto.
A zona pública se apresenta como um pedestal de pedra do edifício; a zona de transição se materializa em uma planta com pórtico e vidro; e a zona de uso privado se resolve com o corpo principal do edifício, um cubo de 30x30x15m que se levanta sobre os pilares da zona de transição.
Se o exterior do edifício se apresenta como uma fortaleza, no interior, todos os espaços de trabalho se liberam sobre o pátio central, ao redor do qual se dispõe um corredor de modo a distribuir em cada uma das plantas desde a que da acesso as distintas dependências administrativas. Todas as partições interiores são feitas com telas de vidro, por onde a luz atravessa todo o edifício criando uma relação bidirecional entre visitantes e trabalhadores. Esta concepção de espaço interno, somada ao perímetro externo de vidro em todas as plantas, provoca uma relação exterior-interior que melhora substancialmente as condições de trabalho dos usuários do edifício.
O volume de uso privado, definido claramente, perde seu caráter estanque com as caixas que se projetam do cubo como mirantes, e com uma série de terraços e pátios que aparecem na fachada. No edifício se empregaram materiais e acabamentos de alta durabilidade e baixa manutenção, escolhidos, não somente por uma preocupação estética mas também ambiental. Nas fachadas do edifício, realizadas com sistema de muro cortina MX de Technal, se criou uma camada dupla de painéis de alumínio extremado com perfurações de diferentes tamanhos e densidades em função da orientação, do grau de transparência e das necessidades lumínicas de conforto das distintas dependências. Para os vazios de abertura praticável se utilizou janelas de folha oculta da série Unicity.
Esta camada dupla dota o edifício de segurança sem renunciar a luz, aludindo a sensação de “ver sem ser visto”, e melhora o comportamento bioclimático do mesmo, dissipando energia procedente da radiação e reduzindo o gradiente térmico entre a fachada externa e interna. Esta economia de energia se consegue, principalmente, graças ao espaço previsto entre as duas fachadas, com uma passarela técnica ventilada em todo o perímetro que, também, serve para realizar a manutenção e limpeza dos vidros e dos painéis metálicos.
O alumínio anodizado desta camada faz com que ela se encontre em contínua mudança, relacionando as próprias mudanças lumínicas do dia e as distintas estações do ano. No mesmo sentido, os diferentes graus de perfuração da fachada fazem com que ela varie em função da posição do observador.