Como se fosse um “diamante” bruto, esta residência construída durante a década de sessenta, escondia sob seus revestimentos uma disposição estrutural muito singular, que desde o princípio tentamos recuperar e potencializar, liberando-a dos elementos supérfluos e adicionados que foram sendo realizados nas diferentes décadas posteriores a sua execução.
O projeto original, desenhado para Pr-Mr. Jean de la Croix pelo arquiteto Luís Jiménez de Laiglesia, em 1964, havia sofrido diversas modificações que haviam mascarado a pureza da sua estrutura e projeto da sua planta. Desde o início a reforma da residência pretendia mostrar a verdadeira identidade de seu projeto: A geometria e sua estrutura singular.
O requisito do promotor para aumentar a área da casa, desencadeou na reutilização de espaços não utilizados (principalmente para as instalações ou depósitos), que estavam abaixo do piso de uso em seu lado sul. Isso facilitava o uso de varanda ao sul como acesso à habitação, o qual acabava a rampa de acesso do terreno.
Três níveis são gerados na residência. Por um lado o acesso à habitação, protegida pela varanda de estrutura triangular singular, formada pelo hall de entrada da casa e um banheiro de serviço. O segundo nível, de uso diário, constituído por uma sala de jantar/ estar e cozinha, no mesmo nível do terraço e piscina, situando-se no limite do lote fundindo-se com o horizonte e o mar. Finalmente, um terceiro nível de uso noturno, constituído por um grande hall distribuidor que serve a quatro suítes.
O acesso a casa era difícil e estreito devido ao desnível existente entre a cota de implantação da edificação e a da estrada de serviços. Com a reforma gerou-se um caminho com menor declive, mais largo e acima de tudo, acessível para veículos e pessoas.