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![Museu da Memória / Estudio America](https://images.adsttc.com/adbr001cdn.archdaily.net/wp-content/uploads/2011/09/04-Museo-de-la-Memoria-358-700x524.jpg)
MUSEU DA MEMÓRIA + CENTRO MATUCANA
CONCEITO
As memórias são figuras que vivem em um mundo inconcluso. São fragmentos de fatos que não se repetem que não poderão suceder duas vezes. Não entendemos a memória como um desejo juvenil de voltar atrás, de substituir o insubstituível, para nós a memória não é um arrependimento. É mirar o futuro, sabendo o passado.
Um museu da Memória deveria ser pensado a partir do caráter não linear do tempo e de suas imagens. E também sobre como podemos armazenar e transmitir este conhecimento de maneira ampla e imparcial.
Um país singular, entre a cordilheira e o mar. Um museu que deseja ocupar esta franja, reverenciando através de uma mirada simbólica estes dois elementos determinantes da geografia chilena, marcados na alma do seu povo.
A memória evidenciada, emergente, que flutua, suavemente elevada. Uma arca, onde se pode depositar todas as reminiscências da história chilena.
Projetada para criar lugares e marcos físicos ou mentais, onde se possa oferecer condições [entornos operativos] para que o conhecimento germine do interior de cada indivíduo. Somente aquilo que uma pessoa descobre por ela mesma pode acumular-se como memória ativa. Um espaço dedicado à memória pode não só transmitir informações, mas também provocar a reflexão sobre as recordações e os desejos.
A ordem territorial do centro de Santiago, intimamente vinculado à cidade histórica, entende o espaço público como o não construído, configurado pela ocupação perimentral da manzana. Entendemos esta história e sua tradição, mas consideramos a possibilidade de avançar na construção de um novo território que tenha um claro comprometimento com a diversidade cidadã e os espaços democráticos.
O Centro Matucana será uma manzana aberta. Entende e se harmoniza com a cidade herdada, a incorpora e a transforma. O Museu da Memória não será um monumento isolado, solto e sem responsabilidade urbana [e humana]. Ao contrário, se constituirá em um elemento comprometido diretamente com a delimitação e caracterização deste novo espaço público da cidade de Santiago.
Propõe-se um espaço generoso, amplo de possibilidades e percursos. Permite a transposição natural e cotidiana da quadra. Os elementos urbanos que compõem o Centro Matucana têm caráter cívico. A grande rampa do Museu, a Praça da Memória, o pátio jardim, constituem uma seqüência espacial que oferece uma hierarquia urbana necessária para um complexo metropolitano.
Os escritórios públicos e privados se organizam ao redor de um jardim, o “Pátio dos Desejos”. A massa construída recompõe a configuração urbana tradicional, mas permite, através de um térreo elevado, uma permeabilidade necessária e desejada. O ajuste dos gabaritos proposto na borda norte do projeto oferece, mais que uma transição entre os edifícios históricos e o Centro Matucana, a possibilidade de uma extensão aérea do pátio, através dos terraços-jardím.
A TÉCNICA
A estrutura da barra é integra, una, e sem concessões evidencia a elevação da memória. Teremos uma materialidade etérea, qual pedra de Magritte. Assim, uma composição de treliças metálicas, um túnel, vence o todo o vão, com a carga descarregando em quatro apoios nos limites. Nelas vinculadas, as caixas de exposição, translúcidas, que protegidas pelo afastamento das extremidades, garantem a controlada iluminação do Museu.
A materialidade também é conseguida com as lembranças da expressão matérica dos territórios que compõem o Chile. O piso da Barra é um mosaico das terras chilenas, coberto com vidro, memória dos lugares, nuances multicoloridas. Limalhas de cobre e ferro, sob ele, por efeitos magnéticos, marcam o percurso dos visitantes, guardando uma efêmera memória das vontades, do ir e vir, nas direções dos olhares. No revestimento externo, o cobre e o carvão marcam toda a história dos mineradores chilenos como uma das memórias da economia, do fazer e do viver. O Museu, essa pedra de cristal tem no carvão o carbono essencial no ser humano e na constituição da natureza. Simbolicamente, o carvão, é o registro daquilo que já foi. É a memória do que poderia ter sido.
A preocupação persiste com o nosso futuro, com a preservação e o ambiente. A energia do sol é captada na cobertura, por placas fotovoltaicas. A luz natural ilumina por várias situações e modos o interior do espaço, desenhando e vivendo novos lugares num trajeto de efeitos sempre tão inesperado. Os rasgos na cobertura da Barra a ilumina. O desenho do piso da praça leva-a ao interior da Base.
Os elementos da natureza num caleidoscópio de efeitos sobre o homem somam-se à sua memória qual manifestação da construção humana, delineiam o chão e memória da terra como manifestações da cultura e da apropriação do espaço que é a vida, absolutamente, incluída neste projeto.
O PROGRAMA
Um volume absorve os usos comerciais e de serviços; organizam-se em torno de um jardim franqueado à praça, que contém o comércio, bares e restaurantes, delícias da natureza humana à espera dos encontros, do acaso e dos sorrisos.
O Museu se organiza em dois momentos conceituais: a Barra e a Base. Na primeira, elevada, a história, as exposições, as informações, o viver da memória aberta nas duas extremidades como quem deixa a vida passar. Na outra, a base, primeiro a mais profunda, mineira, a produção, os estudos, a invenção, os seminários, os conhecimentos da terra e do território e em outro momento o necessário apoio dos setores administrativos. A Barra como espaço museológico específico e os eventos na Base, área que complementa o programa usual de um Museu no subsolo que poderá funcionar com cinemas de arte e espaços para cursos sobre direitos humanos e a memória, sobre a cultura e o território chileno.
Corridas, nas duas laterais da barra, a circulação, sanitários, apoios, iluminados desde o céu. A luz desce zenitalmente, e penetra em toda a barra através dos vidros laterais que divisam a circulação e a fazem, também, luz.
A manifestação, o florescimento deste conhecimento é objetivo contemporâneo de um museu. Ele surge através de raízes profundas e bem plantadas, em um subsolo [A base], onde o potencial, energético, produtivo, mineral, a solidez têm a oportunidade de se manifestar.
Em seu interior, as caixas de vidro, a transparência necessária, a vivacidade; a memória que vivida em fragmentos, mas que formam, em conjunto, o repertório da idiossincrasia de uma nação. A massa é o cristal.
“Não podemos mudar nosso passado, somente nos resta aprender do vivenciado. É o primeiro que penso ao percorrer este Museu. O edifício é esplendido, vocês o podem apreciar e estou segura de que todos que participamos desta inauguração, estamos comovidos com as suas linhas, pela sua beleza, pela sua extraordinária integração com o espaço urbano no qual foi construído.
Por isso quero fazer um reconhecimento a cada um daqueles que tornaram realidade o Museu da Memória e dos Direitos Humanos com esforço e dedicação, o que aprecio e admiro por tudo o que isso vale.
“Nossa gratidão para como aqueles que levantaram sua arquitetura material e aqueles que desenharam a sua arquitetura conceitual, assim como aqueles que têm dado vida as coleções, arquivos e obras de arte que este magnífico edifício contém.” - Trecho do discurso da Presidente Michelle Bachelet na inauguração do Museu da Memória e dos Direitos Humanos. [Santiago, 11 de Janeiro de 2010.]
![Museu da Memória / Estudio America (1) © Cristobal Palma](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/15-Museo-de-la-Memoria-216-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (2) © Cristobal Palma](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/35-Museo-de-la-Memoria-625-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (3) © Cristobal Palma](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/34-Museo-de-la-Memoria-542-125x125.jpg)
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![Museu da Memória / Estudio America (5) © Cristobal Palma](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/05-Museo-de-la-Memoria-392-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (6) © Cristobal Palma](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/61-Museo-de-la-Memoria-1004-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (7) © Cristobal Palma](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/47-Museo-de-la-Memoria-967-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (8) © Cristobal Palma](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/31-Museo-de-la-Memoria-403-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (9) © Cristobal Palma](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/32-Museo-de-la-Memoria-974-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (10) © Cristobal Palma](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/14-Museo-de-la-Memoria-469-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (11) © Cristobal Palma](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/60-Museo-de-la-Memoria-435-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (12) © Cristobal Palma](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/08-Museo-de-la-Memoria-165-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (13) © Cristobal Palma](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/05-Museo-de-la-Memoria-269-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (14) © Cristobal Palma](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/04-Museo-de-la-Memoria-358-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (15) © Cristobal Palma](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/09-Museo-de-la-Memoria-992-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (16) © Cristobal Palma](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/101-Museo-de-la-Memoria-025-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (17) Localização](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/Localizacion-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (18) Implantação](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/002_07_MMCM_vista-superior-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (19) Fachada Leste](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/0001qZ-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (20) Fachada Sul](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/0001mr-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (21) Corte AA: Centro Matucana + Museu da Memória](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/0001lR-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (22) Corte BB](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/0001HX-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (23) Planta Nível 0,0](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/0001ts-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (24) Planta Níveis -5,95 e -7,00](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/00011R-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (25) Planta Nível -10,60](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/0001vW-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (26) Plantas Barra](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/0001qi-125x125.jpg)
![Museu da Memória / Estudio America (27) Diagramas](http://www.archdaily.com.br/wp-content/uploads/2011/09/DIAGRAMAS-125x125.jpg)