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Arquitetos: FGMF
- Área: 603 m²
- Ano: 2012
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Fotografias:Rafaela Netto
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Fabricantes: Gradesteel, Holcim, Itaim Iluminação, Leo Madeiras, Maccaferri, Macenaria PJ, Maná Elétrica, Osram, Paviflex, Predisa, Solo Vitro, Suvinil, Tubos Pintor
Descrição enviada pela equipe de projeto. Quando a Casa REX, um importante escritório de design gráfico brasileiro, nos procurou para realizar a reforma de sua nova sede, a pretensão inicial era a de criar uma nova identidade para o espaço físico do escritório, o que não havia anteriormente por conta de sua rápida expansão.
Uma antiga residência no Pacaembu, construída na década de 40, foi escolhida. O imóvel apresentava diversas reformas mal feitas, realizadas ao longo das décadas que mascaravam quase que por completo a arquitetura original da edificação.
O programa dos clientes foi dividido em três partes desde o principio: A área de reuniões, onde se encontrariam a recepção e um local em que projetos realizados pelo escritório seriam expostos. A área do estúdio, completamente separada da primeira, onde em um espaço aberto todos trabalhariam em conjunto. E, por fim, a área externa, de fachada, estanque e com acesso controlado.
Com questões de orçamento restrito em mente decidimos utilizar alguns recursos pouco usuais na concepção da construção: bastante demolição e o uso de algumas peças de infraestrutura.
Na fachada empilhamos gabiões de pedra, material utilizado para contenção de terra nas estradas e afins, e realizamos, em conjunto com a equipe da REX, uma paginação específica em que se usa arenito vermelho e brita grande cinza para formar a fachada de visual marcante. Um desses módulos foi suprimido e em seu local uma chapa com recortes em negativos faz o papel de placa indicando o escritório.
Na área de recepção e reuniões realizamos uma extensa demolição – Criamos pés direitos duplos, destruimos o piso e removemos todo o reboco das paredes originais da construção, em uma espécie de “arqueologia arquitetônica”. Dentro desse espaço com aspecto demolido criamos um percurso puro, limpo, branco que leva o visitante até as duas salas de reunião, blocos completamente brancos dentro dessa ruina. O restante do espaço foi preenchido com a mesma brita da fachada, e é nesse “entre espaço” que será montada a exposição dos projetos do escritório, quase que uma galeria em meio às ruínas da construção.
Já a área do estúdio foi projetada como um grande pé direito duplo em pouco mais da metade do espaço, que foi construído, e um trecho de pé direito simples, original da construção, em que a parte de cima funciona como uma ampla sala para o presidente da empresa. No pé direito duplo uma “nuvem” de luminárias ajuda na iluminação, além de demarcar os espaços. Na parede de fundo, também de pé direito duplo, atrás da qual se encontram banheiros, área financeira e área de maquetes, executamos uma estante de 70 m2 em peças de concreto pré-moldadas, que são normalmente utilizadas para a canalização de córregos, empilhadas, remetendo ao conjunto da fachada. Nessa grande estante incorporamos alguns lances de escada em madeira, além dos próprios módulos, de forma a se alcançar a passarela que liga a sala do diretor ao restante da agência.
O uso de materiais da construção pesada de uma maneira inusitada, aliado ao extensivo uso da demolição de revestimentos e lajes criou um espaço único, bastante diferente da maioria dos escritórios existentes. É quase um misto de espaço corporativo e galeria, um espaço diferente para uma empresa incomum.