A casa pinus se situa em Campos do Jordão, à 1.800 metros de altitude, cercada por florestas de araucárias nativas. Sua implantação foi feita de forma a não alterar as características do originais do terreno, que possui declíve acentuado. O espaço abriga um casal aos finais de semana, com vista para o vale do parque horto florestal, área de preservação ambiental. Possui um espaço interno integrado de 40m2, com decks na face norte e sul, somando mais 20m2.
A estrutura da casa é composta por pilares de eucalipto citriodora tratado em autoclave, que sustentam vigas de garapeira e assoalho de muiracatiara. Cabos de aço 3/8″ fazem o contraventamento estrutural permitindo um balanço de 3,5 metros na extremidade sul da casa. As paredes e forros são compostas por painéis de OSB com diferentes acabamentos e medidas modulares, que orientaram as medidas da casa e sua prática montagem. As bancadas e prateleiras são de painéis de eucalipto estilo “finger joint”, com selo FSC.
Devido às características climáticas da região serrana de Campos do Jordão, foram utilizadas em projeto estratégias para otimizar o aproveitamento energético de forma passiva, minimizando o impacto ambiental da casa em seu entorno.
Abaixo, soluções estruturais e projetuais que levam em conta a bioclimática, sustentabilidade e respeito ao meio ambiente do entorno:
- - As espécies de madeira utilizadas – eucalipto, pinus, garapeira e muiracatiara – são provenientes de áreas de reflorestamento ou de manejo sustentável.
- - Painéis solares orientados para face norte aquecem a água da casa, economizando energia elétrica.
- - A implantação da casa no terreno é feita através de conectores metálicos que ligam sua estrutura às sapatas da fundação, isolando o contato dos pilares de eucalipto com o solo e permitindo que o terreno continue com sua declividade natural.
- - O corpo da casa fica totalmente suspenso do chão, evitando umidade proveniente do solo e permitindo o fluxo natural da água e de vento.
- - O isolamento térmico da casa é feito com poliestireno expandido (isopor), coletado e reaproveitado de entulhos de obras e de caixas de eletrodomésticos, descartados em calçadas e caçambas da cidade.
- - As paredes duplas são compostas de painéis de OSB, que possuem ótima eficiencia térmica e estrutural, pois são feitas de “lascas” residuais de pinus (proveniente de reflorestamento), prensadas de forma à dar resistência e conforto térmico (devido à característica da madeira).
- - As aberturas superiores de vidro permitem a entrada da luz do sol, principalmente nas manhãs e finais de tarde de inverno, onde o ângulo de incidência dos raios solares é mais baixo;
- - No interior da casa, está garantida a circulação de ar através da ventilação cruzada, e o controle da saída de ar quente, feito através de janelas nas extremidades superiores da casa;
- - Na cobertura foram utilizadas telhas onduline, compostas de fibra vegetal, que tem ótima eficiencia térmica.
- - Todas as conexões entre as madeiras é feita através de barras rosqueadas, porcas e parafusos galvanizados, o que permite fácil manutenção da casa ou até seu completo desmonte em um futuro à longo prazo.
- - Os resíduos de madeira gerados na obra foram reutilizados, compondo paredes internas, prateleiras e móveis.
- - O tamanho reduzido da casa (40m2) e as aberturas de luminosidade exigem pouca iluminação, e ainda assim as lâmpadas dicróicas são dividas em diferentes circuitos reduzindo a quantidade de lâmpadas acesas e minimizando o consumo excessivo de energia.
- - A mão de obra e a maioria do fornecedores é de origem local ou muito próxima, minimizando o conceito de energia incorporada gasta.