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Arquitetos: LOCALARCHITECTURE
- Área: 470 m²
- Ano: 2005
Em 2003, dois fazendeiros contrataram o escritório Localarchitecture para projetar um celeiro para 30 vacas. O cliente queria um projeto de construção contemporânea, mas que coubesse no orçamento atribuído pelas autoridades federais para este tipo de construção. Outros critérios incluíam a exigência de cumprir as normas que regem a produção orgânica. O celeiro seria a parte final da infraestrutura da "Cerisier", uma grande propriedade agrícola, em Jura, situado no coração de uma paisagem idílica de campos, pastagens, florestas e vales das montanhas. A premissa do projeto era minimizar a terraplenagem e proporcionar um equilíbrio de cortes e preenchimentos. Deveria ser posicionado próximo à fazenda existente, delineando um espaço externo reservado para abrigar os animais.
Buscando desenhar um projeto que respeitasse o desenvolvimento da forma arquitetônica local, os arquitetos realizaram uma análise detalhada das tipologias agrícolas presentes na região. Eles identificaram dois tipos: a primeira é caracterizada por uma cumeeira definida perpendicularmente às linhas de contorno, criando fachadas de edifícios que são generosamente abertas para o vale. No entanto, a desvantagem deste modelo é que ele faz com que qualquer expansão seja problemática. Como a agricultura tornou-se mais mecanizada, esta disposição foi gradualmente substituída por uma tipologia mais flexível, com um telhado de cumeeira paralela às linhas de contorno e empenas laterais destinadas a facilitar as expansões. Ao combinar esses sistemas, os arquitetos criaram uma síntese das diferentes tradições, dando-lhes um um ar contemporâneo e uma nova identidade. Na sua ambivalência, o edifício projetado pelo Localarchitecture torna-se um elemento que unifica as construções vizinhas. Em uma escala diferente, esta dinâmica unificadora é repetida através do equilíbrio entre o declive suave de seu teto e cornijas e as cristas das montanhas em torno dele.
O cliente e os arquitetos compartilham um compromisso comum com o desenvolvimento sustentável, refletido na estreita colaboração na escolha e aplicação dos materiais. Dimensões estruturais da construção foram, por conseguinte, calculadas para ter em conta a madeira disponível na floresta próxima e os detalhes da construção foram trabalhados de tal forma que o próprio cliente pudesse concluir as etapas finais do edifício, sendo, portanto, capaz de realizar qualquer trabalho de substituição posterior. Além das vantagens ambientais e da utilização de madeira, foi possível desenvolver uma estrutura de suporte para combinar com a tradição local de Ramée - uma grande área de tiras de madeira a céu aberto, que proporciona uma ventilação natural - e para implementar detalhes simples para resolver o complexo problema da geometria do edifício.