Já tratamos anteriormente do conceito LQC (Lighter, Quicly, Cheaper), sigla em inglês para “mais leve, mais rápido e mais barato”. Muitos dos benefícios ou das características desse enfoque podem ser vistos refletidos na mudança que está sofrendo a cidade de Detroit. A seguir apresentamos uma serie de mudanças que estão ocorrendo nessa cidade a partir do PPS.
A cidade de Detroit ainda está lutando com o recente anuncio de falência que domina as manchetes, mas os habitantes de Detroit estão aproveitando a oportunidade que só ocorre quando se alcança o fundo, de poder criar e organizar tudo de novo, da raiz às folhas. Detroit está tomando medidas de formas mais leves, mais rápidas, mais baratas, como primeiro passo para reverter décadas de declive. Em uma cidade que muitas vezes não pode sequer se dar ao luxo de manter as luzes acesas (literalmente), qualquer pessoa que queira pode começar a fazer mudanças. Como o artista, ativista local e fundador do “Projeto Ruela”, Erik Howard diz, “Temos a oportunidade, pois aqui tudo foi acabado ou destruído”.
Detroit está impulsionando desde atividades industriais até grupos de desenvolvimento comunitário, os investidores privados e as organizações filantrópicas estão transformando a cidade. “Detroit é o tipo de cidade onde se tem que arregaçar as mangas e trabalhar”, diz a Diretora dos Defensores Comunitários do Desenvolvimento de Detroit, Sarida Scott- Montgomery, uma residente que com orgulho diz que ela e sua família optaram por ficar. “Essa não é uma cidade fácil”.
Restauração a partir da base: o centro da cidade se estabelece como um modelo para a mudança rápida.
Nessa mudança de tendência da cidade, o centro é o local onde ela mais se torna visível e nós do PPS estivemos profundamente envolvidos com o que está acontecendo no núcleo de Detroit. Durante o último ano e meio estivemos trabalhando com a Associação Detroit Downtown (DDP) e o Rock Ventures /Opportunity Detroit, para participar com milhares de habitantes de Detroit na criação de um plano LQC para espaços públicos do centro da cidade. Desde 2007, Gilbert transferiu milhares de trabalhadores dos subúrbios para o centro de Detroit (a partir de janeiro de 2003, 7 mil pessoas que trabalham no centro passaram a morar perto de seus empregos).
Ao mesmo tempo, o PPS esteve envolvido no planejamento e implementação das iniciativas de LQC (complementando a iniciativa do centro) para ativar dois dos espaços mais nobres da cidade: a re-afirmada Detroit Riverfront e os mil hectares históricos do parque da ilha Belle Isle. Esse amplo esforço em várias frentes tem sido, pela perspectiva do PPS, uma tentativa histórica para impulsionar a revitalização da cidade inteira utilizando o processo Placemaking.
Deb Dansby, um dos vice-presidentes da Rock Ventures, uniu-se ao desafio da Opportunity Detroit, para reviver o centro depois de anos analisando as comunidade de Michigan e, através das estratégias de Placemaking, começaram a recobrar o ânimo mediante seu trabalho na Michigan Economic Development Corp. “A razão pela qual realmente colocamos foco no Placemaking em Detroit foi sua capacidade de ter um impacto rápido”, explica Dansby. “Nas cidades tão grandes como Detroit, uma revitalização é como um barco arrastando ancora no fundo do oceano. É necessário muito tempo para transformar um espaço tão grande. Necessitávamos de coisas que causassem uma influencia imediata nas pessoas, a única maneira de fazê-lo era com uma estratégia mais leve, mais rápida e mais barata”.
Rock Ventures e a DDP anunciaram o plano LQC para abril de 2013. A DDP entrou em ação apenas algumas semanas mais tarde. No verão passado, em seu quadro negro esteve a robusta programação, desde concertos até mercados, a Praça de Cadillac tornou-se um centro de atividades que atraía as pessoas de toda a cidade e da região metropolitana (mais de 5 milhões de habitantes). Do outro lado da Rua do Campos de Marte, uma iniciativa, financiada em parte pela Southwest Airlines, transformou um gramado subutilizado em uma praia de areia, similar às praias turísticas do norte do estado de Michigan.
Continua num próximo post.
Via Plataforma Urbana. Tradução Camilla Ghisleni, ArchDaily Brasil.