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Arquitetos: João Paulo Loureiro, arquitecto
- Ano: 2013
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Fotografias:José Campos
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Fabricantes: Focus
Descrição enviada pela equipe de projeto. Um terreno na margem densamente arborizada do rio Minho, fronteira natural entre Portugal e Espanha, perto da vila de Monção.
A encomenda para projetar duas casas, no mesmo terreno, para pai e filho. O filho, construtor conhecido na região, para o quem estava trabalhando em um projeto de um pequeno edifício de 4 apartamentos na zona urbana do Porto, estava então preparado para a minha proposta, que se seguiria, para a sua nova casa.
Assim, juntei as duas casas numa construção só, pareceu-me lógico. Em síntese: Uma laje de concreto protendido (84 x 16m), gesto moderno para abrigar duas casas (em vidro, ferro forjado pintado e madeira de pinho), apoiada em novos, porém tradicionais, muros de granito.
Gesto forte na procura do equilíbrio com a paisagem. No centro, um círculo, uma elipse, local para uma árvore, uma escultura, ou apenas o espaço que ficou e conquista o lugar.
A procura constante de conciliação entre as modernas tecnologias com a construção mais tradicional desta região permite a dialética entre a horizontalidade dos grandes vãos, permitida pelo uso engenhoso da protensão, levando o concreto armado aos seus limites, e a aspereza dos grandes blocos de granito que, justapostos, desenham grandes muros na paisagem.
A forma e o sentido tectônico do edifício conciliaram-se para estabelecer uma ligação com o local, transformando-o em parte integrante da paisagem, antevendo a reação futura dos materiais como uma dimensão ativa do projeto.
O edifício tem uma base enterrada no terreno, uma garagem e uma piscina interior que se projetam num esguio volume de concreto armado, também protendido, sobre a encosta, subvertendo a camuflagem adotada. No piso superior, um volume metálico totalmente em vidro com espelhamento suficiente para diluir a sua massa na paisagem.
Tudo foi projetado pelo arquiteto, desde os caixilhos em ferro até ao mobiliário em madeira de pinho e ébano, lembrando o encaixe dos retábulos das igrejas de granito, só que aqui em concreto armado.
Adotou-se a geotermia como forma de garantir o equilíbrio energético do edifício em seu conjunto, atingido pela integração de todo um sistema de instalações enterradas no terreno envolvente.