O pequeno porte do futuro edifício, por outro lado, gerou uma oportunidade: a inclusão de uma torre de escritórios. Dois volumes visualmente separados e funcionalmente independentes, embora integrados pela implantação e unificados pela utilização de um elemento estético-funcional moderno: o brise.
Ambos volumes apresentam acessos distintos. O edifício base, o banco propriamente dito, detém quase a totalidade do perímetro da esquina e pode ser acessado por ambos lados. Já o edifício torre, onde estão os escritórios, apresenta apenas um discreto acesso lateral e bastante recuado em relação ao limite do edifício pela avenida Paulista. Apesar de sua posição secundária, este acesso foi tratado paisagisticamente por Roberto Burle Marx.
Apesar do visual separação entre os dois volumes, possibilitando uma clara leitura de ambas funções, os dois primeiros pavimentos do edifício torre pertencem ao edifício base do banco, ainda que também sejam ambientes de escritórios. Esses dois pavimentos são acessados apenas pelo interior do banco, através de escadas e elevadores. O sistema de circulação vertical do edifício torre leva, desse modo, a partir do terceiro até o seu décimo-quarto e último pavimento.
O conjunto é externamente separado, porém internamente entrelaçado, e esteticamente unificado. Os brises são os elementos que criam a identidade do edifício, mas respondendo a uma necessidade gerada pela localização: proteção solar em ambas fachadas principais devido à orientação poente.
Sendo totalmente protegido pelos brises móveis de alumínios, o edifício apresenta esquadrias de vidro que permitem um contínuo contato com o exterior.
Os brises apresentam variações: na fachada da rua Frei Caneca, são horizontais em ambos volumes; na fachada principal da avenida Paulista, o edifício base apresenta brises verticais, enquanto o edifício torre, uma parede cega discretamente ressaltada por detalhes verticais; e a fachada lateral da avenida Paulista apresenta brises horizontais, porém com maiores espaçamentos entre eles.
O Banco Sul-Americano do Brasil, atual Itaú, foi tombado pelo Condephaat em 2010 e é apontado como o edifício mais energeticamente eficiente da avenida Paulista.
Referências:
Rosa Karina Carvalho Cavalcante, "Edifício Banco Sul-Americano do Brasil, São Paulo, 1961-63", em Anais do 8° Seminário DOCOMOMO Brasil, Rio de Janeiro, 2009.
AA VV, Rino Levi, Edizione di Comunità, Milano, 1974.
Renato Anelli, Abílio Guerra, Nelson Kon, Rino Levi - Arquitetura e cidade, Romano Guerra Editora, São Paulo, 2001.
- Ano: 1961
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Fotografias:Nelson Kon