O escritório português Saraiva+Associados acaba de terminar a construção de um hospital chamado Beatriz Ângelo, em Loures, Portugal. Todo o processo começou quando a empresa participou de um concurso público para a construção deste novo complexo. O projeto pertence à Iniciativa Nacional de Saúde que busca a renovação e modernização deste tema.
Para tanto, a inspiração foi evocar acontecimentos vernáculos e adaptá-los a uma nova linguagem, onde a arquitetura relaciona-se com a escala humana. O edifício ajusta-se à topografia do terreno em sua forma, referenciando-se e respeitando as características existentes (por exemplo, a presença do edifício comercial contíguo). Isto oferece a máxima funcionalidade e operatividade. Como questão do trabalho, o projeto é centrado no conceito da “arquitetura da cura”.
A composição do conjunto cria um equilíbrio perfeito entre os volumes, a paisagem e a infraestrutura. Foi desenvolvido a partir de um eixo orientando sudeste-noroeste, e tendo em conta a orientação (de integração bioclimática). Toda a massa se vê interrompida por pátios e aberturas nas fachadas, que estão conscientemente desenhadas para captar a luz natural constante, a possibilidade de desfrutar as vistas oferecidas pelo entorno e uma melhor ventilação natural.
A solução adotada foi basear o sistema estrutural (grid: 7,5m span) em uma rede completamente organizada, onde os níveis da plataforma (térreo e primeiro andar) concentram os serviços de socorro. Na parte superior destes então as unidades de hospitalização, formadas por uma massa menos densa: três alas horizontais de mesma altura são projetadas perpendicularmente a partir de um elemento central, permitindo a interconexão das atividades entre todo o edifício.
No total, o edifício sobe cinco andares acima do solo e responde logicamente ao plano operativo (diferentes setores da medicina). O projeto contempla os diferentes cenários possíveis de conversão e extensão que pertencem à natureza de uma unidade de saúde.
Isto é verificado com a existência de amplos espaços abertos criados pela omissão de elementos verticais devido a uma concepção lógica estrutural em todos os aspectos (alcance, materiais, projeto, etc.). A motivação por trás deste enfoque bem sucedido foi a possibilidade de construir em um terreno individual, de um ponto de vista urbano, e a possibilidade de criar um hospital pioneiro.