A ideia do projeto foi criada quando Thiago estava visitando o lugar. Lá, na frente do cliente, ele desenhou o que seria mais tarde a seção transversal do que estava sendo proposto: uma casa de férias – para um casal e seus dois filhos -, assim como um lugar onde eles poderiam convidar amigos frequentemente para visitas. A casa foi desenhada para ser um pavilhão suportado por apenas cinco pilares, contendo uma sequencia de quartos, sala de estar/sala de visitas/sala de jantar, sacadas e uma piscina de frente para a linda vista da praia do Guarujá.
Seu terreno e vegetação são preservados, abrigando a residência, que, além de proporcionar uma visão privilegiada em uma de suas faces, tem também um de seus lados voltados para a rua, uma fachada baixa e discreta. O mar é o principal foco da construção, mas não segue a melhor orientação solar. Visando tirar vantagem dessa ótima vista, foi tomada a decisão de colocar a piscina distante da edificação, fazendo com que a casa ficasse com sua fachada principal a leste e a colina projetasse sombra sobre a piscina.
Devido à inclinação do terreno, um deck estrutural 18 metros abaixo do solo foi usado como fundação para o desenvolvimento da nova área. Esse deck teve que ser suportado por somente cinco pilares em forma de árvore devido às dificuldades encontradas na hora de realizar a fundação estrutural. Acima desse deck, toda a estrutura é metálica, facilitando o processo construtivo, já que a construção toda foi feita in loco. Como a casa é descolada do solo, esta se comporta como uma grande árvore, fazendo sombra nas pequenas árvores e mantendo o processo natural da floresta, preservando-a. Essa plataforma consiste em toda a área social da casa e em um grande deck externo com a piscina na extremidade.
As árvores foram plantadas nesse nível, dando uma sensação da casa estar entre o dossel das árvores. Aparentemente a casa é limitada aos dois andares acima do deck, mas na verdade a maioria de sua planta é localização abaixo disso. A casa tem acesso pelo segundo pavimento, onde existe duas sequencias de quartos e também o hall de entrada. No pavimento mais baixo temos a casa do caseiro, cozinha, área de serviço, sauna, academia e quatro quartos. A casa inteira foi estruturada em aço e as portas e janelas foram feitas de madeira e vidro.
A vista ao deck dá a impressão de que a casa está flutuando. Nas áreas em que não há beirais, as paredes são cobertas por cobre e, devido à exposição à chuva, o material irá mudar naturalmente, fazendo com que parece ainda mais belo. Na parte de dentro, a madeira é o principal material, usado, por exemplo, no forro da varanda. Finalizar tal projeto foi muito gratificante para os arquitetos. Uma casa grande, larga e planejada, que desaparece na floresta, não percebida entre as árvores.
Arquitetura: Thiago Bernardes e Paulo Jacobsen
Colaboradores: Fabiana Porto e Gabriel Bocchile
Designer de Interior: Marco Aurélio Viterbo