Descrição enviada pela equipe de projeto. Apesar de parecer bruto, obscuro e arrogante, o Monolit é na realidade o resultado de uma cuidadosa negociação entre questões relacionadas com o ambiente urbano, o parque vizinho e uma série de restrições funcionais. Tão considerado quanto o tecido urbano é o terreno, que se encontra no limite de uma área protegida marcada pela existência de duas grandes empenas cegas, um alinhamento incerto com o boulevard e pela presença de projetos vizinhos cuja qualidade e orientação arquitetônica são questionáveis. No entanto, o local oferecia a oportunidade de inserção em uma área prestigiada de tráfego intenso da capital. Marcado pela presença da área protegida e de duas configurações adjacentes muito diferentes - de um lado a empena cega de um edifício de escritórios, e do outro lado a fachada de um edifício residencial - os limites edificáveis formam uma linha quebrada, tanto horizontalmente quanto verticalmente, formada ao redor de um elemento central.
O volume principal da construção é um pano de fundo neutro e transparente que aproveita a maior quantidade possível de luz e visuais através da fachada que é marcada por rasgos horizontais da altura dos pavimentos, que servem também como elementos de integração entre a construção e os edifícios vizinhos.
A plasticidade do prisma, com suas linhas limpas e bem definidas, faz com que o monolito se destaque dentre os outros edifícios e empresta ao conjunto a força para impor ordem, estabilidade e rigor. Esta forma reflete da melhor maneira possível a identidade e aspirações da companhia e cria uma imagem sugestiva. Um dos elementos chave que apoiou a concepção desta imagem foi o uso do granito preto, neste caso, contribuindo claramente mesmo no nível conceitual da solução arquitetônica. Concebido de acordo com a retórica dos processos naturais, as linhas estilizadas das janelas, fissuras na rocha, estão cuidadosamente posicionadas em relação ao espaço interior, criando recortes internos da paisagem - uma forma diferente quando se está sentado, de pé, ou em movimento.
No quinto pavimento, o volume principal transparente se afasta do prisma negro, permitindo-o flutuar livremente, criando terraços de onde o olhar pode ir além dos picos das árvores no parque e abranger toda a parte norte da cidade, enquanto que a área verde deslocada pelo edifício fora traduzida à uma escala vertical, em pequenos terraços verdes nos dois pavimentos mais altos.
Na área da recepção, atravessa-se as mesmas cores neutras e linas oblíquas, enquanto que o granito é substituído por um acabamento de ardósia preta, finos feixes de luz passam furtivamente pelas bordas dos painéis de pedra, e a mesa de recepção juntamente com porções da parede, do forro e do piso, formam um portal de luz. A pureza da ideia arquitetônica e a forma deste objeto, sua claridade e proporções, sua precisa adaptação ao contexto, todos estes argumentos a favor de que menos é mais. Neste sentido, o resultado pretende alcançar qualidade artística e conceitual sem se render completamente ao seu contexto. O Monolit parece expressar o desejo de ser visto em acordo com seu território, de se tornar um ponto de descanso, um local que encorpora a busca por silêncio em meio ao ruído da cidade.