Diz-se que o mundo está cada vez mais desenvolvido quando na realidade está, inegavelmente, mais tecnológico e globalizado. Contudo, parece arriscado falar em desenvolvimento quando os avanços não se apresentam em todos os lugares nem para todos os habitantes.
Num panorama tão desigual, uma seleta parte da população global desfruta dos ditos avanços, ao passo que um enorme contingente vive abaixo da linha de pobreza sem as menores condições de infraestrutura.
Tais contrastes passam muitas vezes despercebidos no cotidiano da cidade, entretanto, estão estabelecidos numa relação díptica com o traçado urbano, sendo, ao mesmo tempo causa e consequência de profundas marcas no desenho da cidade. No Brasil, por exemplo, temos as favelas e comunidades pobres que contrastam com a arquitetura de edifícios e casas de classe média alta, planejados e construídos com os recursos necessários.
O processo de urbanização no Brasil e em diversos outros países pelo mundo, reafirma o que a sociedade sabe, mas muitas vezes faz questão de não perceber: a enorme desigualdade social que nossos sistemas político-sociais provocam.
Quando temos a oportunidade de observar de cima grandes cidades como a Cidade do México, Rio de Janeiro ou São Paulo - ser o ponto que vê, a ficção do saber, segundo Michel de Certeau - conseguimos perceber com maior clareza como nossas cidades são segregadas - e segregadoras.
Para demonstrar essa reflexão, apresentamos 6 imagens aéreas de grandes metrópoles globais onde extremos coexistem lado a lado.
Referência: arquiteturasustentavel.org