- Ano: 2014
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Fotografias:Fernando Guerra | FG+SG
Descrição enviada pela equipe de projeto. A casa Zauia localiza-se numa colina sobranceira ao Vale da Lama, na zona de Lagos, no Algarve - Portugal. Insere-se numa propriedade de grandes dimensões, voltada a Nascente, com uma uma vista surpreendente sobre a Ria de Alvor e a Baía de Lagos.
O desenho do edifício é paradoxalmente estimulado pelas restrições e condicionantes que são impostas à sua construção. Procurou-se um objeto arquitetônico de grande sobriedade e leveza. Que fosse equilibrado, rigoroso e marcadamente atual.
O edifício não é mais que um volume branco e horizontal, cuja transparência lhe é conferida por um longo e contínuo envidraçado, protegido do efeito do sol, com um generoso pátio do Sul, de sombras fortemente vincadas.
O edifício surge parcialmente enterrado, e aconchegado ao terreno. Mas, determinado pelo desnível do seu suporte físico, este solta-se e emerge sobre elegantes pilares inclinados, reduzindo o toque na vegetação natural que se desenvolve sob o edifício. Vegetação natural que se quer que também venha a desenvolver naturalmente sobre parte da cobertura da construção.
A casa é assim um abrigo, de onde, nos sentimos protegidos e podemos dominar as vistas largas sobre o vale, a ria de Alvor e o costa recortada da Baía de Lagos.
A habitação, desenvolvida num único piso, é composta por quatro quartos com instalações sanitárias privativas, lavabo, cozinha com dependências de apoio, escritório e sala comum, aberta para uma generosa varanda/pátio semi-coberto, que é parte da varanda frontal contígua a todos os quartos.
Em zona enterrada surge um espaço técnico e um coberto exterior destinado a estacionamento, junto de um pequeno pátio de serviço.
A piscina, retangular e longilínea, é a continuidade de um espelho de água que “verte” do muro de suporte em concreto aparente e tem como elemento de separação uma plataforma central também em concreto, que assume a função de deck / zona de estar.
A borda espessa da piscina demarca a presença da água contida e construída do espaço natural, onde a água da Baía se funde com a linha do horizonte.
E nós, da casa, parece que dominamos o horizonte. Pura ilusão. É apenas a irracionalidade da arquitetura que ainda nos faz sonhar. Felizmente.