O tema da quarta edição da Trienal de Arquitetura de Lisboa, que terá início em outubro de 2016, foi divulgado: Constelações – uma pausa para a utopia. O evento contará com três núcleos principais, distribuídos entre o Museu da Electricidade, a Fundação Calouste Gulbenkian e o Centro Cultural de Belém, além de uma série de eventos paralelos.
Serão três meses de programação “dirigida à cidade, aos arquitetos e ao público internacional, junto do qual a Trienal se tem vindo a afirmar”, explicou André Tavares, durante a apresentação pública realizada no dia 05 de dezembro no Palácio Sinel de Cordes que atualmente acolhe a estrutura da Trienal.
André Tavares e Diogo Seixas Lopes são os responsáveis pela curadoria, na sequência da britânica Beatrice Galilee, responsável por Close, Closer (2013), do crítico de arte Delfim Sardo, com Falemos de Casas (2010), e de José Mateus, curador geral de Vazios Urbanos, a primeira edição da Trienal (2007).
A edição de 2016 será um lugar de reflexão, numa aposta claramente “disciplinar”, nas palavras de Diogo Seixas Lopes, antecipando a programação das três principais mostras. Seixas Lopes comentou que Constelações – uma pausa para a utopia funciona como “um leitmotiv, um título”: “Mais do que existir um tema, há um mote”. O desafio é promover a arquitetura, “uma disciplina muito antiga, como um direito e como um dever de uma sociedade”.
O Museu da Electricidade irá acolher A Forma da forma, em que três arquitetos nacionais e internacionais (já convidados, mas ainda não revelados publicamente) irão produzir três espaços expositivos concomitantes, mas capazes de exprimir as suas reflexões individuais sobre “a relevância da forma enquanto mecanismo de síntese da arquitetura”.
Já na Fundação Calouste Gulbenkian, a exposição Na obra irá focalizar-se sobre o estaleiro e os modos como determinadas decisões tomadas durante a obra influenciam a produção dos edifícios. A reflexão será conduzida através de casos de estudo históricos, e de outros mais contemporâneos, capazes de ilustrarem a ideia de estaleiro como uma performance representada no espaço público.
Finalmente, O Mundo nos nossos olhos, que acontecerá na Galeria Garagem Sul do Centro Cultural de Belém, refletirá sobre a contribuição dos arquitetos para a análise e o debate das diferentes realidades urbanas.
Os curadores pretendem lançar a ideia de Constelações, um encadeamento de acontecimentos e de exposições, evocativos dos diferentes modos de pensar e fazer hoje arquitetura, recuperando dimensões nem sempre presentes em mostras nacionais, como a da investigação.
Referência: Público e Diário Oficial