Realidade Virtual. Trata-se um termo antigo, e até mesmo de uma tecnologia antiga, mas que carrega um novo peso - e chegará à arquitetura em breve. Sua prevalência é resultado de sua acessibilidade quase universal; a experiência pode agora ser alimentada pelos telefones celulares modernos. Ela provavelmente está em sua mesa de trabalho ou em seu bolso - você pode até estar lendo em um mecanismo de realidade virtual agora. E o preço para acessá-la, graças ao Google Cardboard e a um dispositivo que você já possui, é de menos de vinte dólares.
O Google Cardboard pode ser considerado uma "tecnologia vestível", mas não se arrepie ao pensar no Google Glass. Tal como está, a tecnologia está mais na linha de uma smart tv ou similares e não de algo para ser usado em público. Antes de entrar nesta questão, vamos falar sobre o que ela pode fazer. Como designers, nos tornamos bons em pensar como um espaço deveria ser, mas de muitas maneiras não avançamos em pensar como um espaço deveria ser sentido.
Como designer no smdpstudio e como fotógrafo de arquitetura, esta capacidade de experimentar virtualmente os espaços é muito atraente. A tecnologia simples, porém elegante, dá ao expectador - como costumamos dizer no smdpstudio - livre arbítrio. Você pode escolher para onde olhar, e ficar onde quiser. Você está no espaço e você mesmo é a "escala". Isto não é absolutamente o mesmo que usar o mouse e olhar para a tela de seu computador. Descrever a experiência é difícil pela mesma razão que é maravilhoso: é pessoal e quase tátil.
Usar uma chamada Foto Esfera em conjunto com o Google Cardboard oferece uma experiência única para ambos, designer e cliente. Criar e renderizar uma foto esférica é ligeiramente mais difícil que criar uma renderização tradicional. Nós modelamos em 3D, mas ainda continuamos a produção de renderizações 2D ou animações ocasionais. As Foto Esferas, como representações em 2D, não tomam nem de perto, o tempo ou o dinheiro necessário para produzir uma animação, mas o impacto é sem dúvida muito maior.
O que me faz acreditar que esta tecnologia irá ganhar espaço em nossa indústria? Observar tanto jovens como designers experientes olhar uma Foto Esfera renderizada no Google Cardboard pela primeira vez é como assistir a um vídeo no YouTube de uma pessoa cega ao ver formas pela primeira vez, ou de uma pessoa surda ouvindo novamente. Isto traz alegria e emoção aos seus rostos. É uma experiência verdadeiramente única. Ambos, designers e clientes, gostam de ver o projeto com tal clareza espacial. Como designers, esta tecnologia é uma nova ferramenta que se soma ao nosso arsenal para ajudar a ilustrar o senso de escala, adjacências, o contexto e a sensação geral de um espaço.
Em 1890, Mariana Griswold Van Rensselaer publicou "Cliente e Arquiteto", dizendo:
Grande parte do nossos problemas no passado vieram porque o público não entende que é preciso o olho de um arquiteto ou ao menos um olho experiente para ler um desenho arquitetônico da forma correta [...] Mesmo aquela imagem que é chamada de perspectiva não pode ser facilmente compreendida; e uma planta, um corte, uma elevação, não são sequer imagens, mas sinais e símbolos, que o novato muitas vezes compreende mal, justo quando ele pensa que desatou todos os nós [...] Tanto os interesses do cliente como os do arquiteto, demandam que algum artista competente, não estando ele mesmo envolvido na questão, veja - e seja pago por isto - para avaliar os projetos apresentados.
As renderizações, como nós conhecemos hoje são inerentemente bidimensionais. São perspectivas sofisticadas. Como mencionado por Van Rensselaer há mais de 100 anos, até mesmo desenhos em perspectiva podiam ser mal interpretados. Uma representação típica de um átrio interior poderia mostrar a bela parede de entrada e a recepção, por exemplo, mas não poderia mostrar simultaneamente os espaços aterrados para o norte ou a circulação vertical para o sul. Criei o espaço abaixo para ilustrar o conceito.
Tradicionalmente, poderíamos entregar três representações (ilustrado em branco) para mostrar ao cliente estes recursos de design. Consequentemente, apenas um olho treinado, utilizando as plantas como referência, vai realmente entender a relação entre todos os elementos do projeto. Uma foto esférica com uma renderização bem-feita em conjunto com um fone de ouvido pode permitir que o seu cliente encontre-se em um ambiente foto-realista e olhar ao redor. Não em uma tela, mas exatamente da mesma maneira que fazem no mundo real. Ao inclinar suas cabeças para cima, eles podem ver o projeto do teto e a iluminação; olhando para a frente, a recepção e parede de entrada; à direita, a entrada principal e a copa; à esquerda, as escadas rolantes e para baixo, o piso escolhido.
Pode parecer fácil, ou mesmo natural recusar a Realidade Virtual, porque todos nós já fizemos isto repetidamente. Ouvimos esse termo entrar e sair da consciência coletiva algumas vezes. A diferença agora é que a tecnologia alcançou finalmente o conceito. O Google já vendeu mais de 500.000 unidades de Cardboards. Por que não começar envolver a indústria da arquitetura?
Não me dirijo àqueles que pensam que renderizações foto-reais tem sido prejudiciais para a profissão. Mas estas Foto Esferas não irão eliminar, ou, mais ainda, não irão agravar este problema (se houver). Não se trata de realismo, trata-se da experiência, do contexto e da compreensão espacial. A expressão "ver para crer" se aplica. A melhor coisa para a realidade virtual agora seria que todos que a pudessem experimentar - e alguns - que a dessem outra oportunidade. Por que não você? A maior parte da tecnologia já está em seu bolso.
Precisa de ajuda para começar? Adquira sua versão do Google Cardboard e continue para carregar uma Foto Esfera em seu celular. Para usuários avançados, aqui estão algumas das minhas primeiras conclusões sobre a criação de suas próprias Foto Esferas em 3DMax.
Com formação profissional em Arquitetura e Design Ambiental, Josh Pabst tem um currículo substancial com diversos tipos de projetos em todo os EUA, China, Coreia do Sul e América do Sul. Como designer especialista em CGI, e um fotógrafo de arquitetura Josh explica que, "... design, arquitetura, fotografia complementam uns aos outros; o que eu aprendo em um deles, muitas vezes influencia minhas decisões no outro." Vivendo e trabalhando em Chicago, Josh projeta e fotografa o ambiente construído há dez anos.