Criado em 1992 por Victoria Thornton, o Open House nasceu em Londres e desde então estendeu-se a todo o mundo, desde grandes metrópoles como Nova Iorque e Roma até a algumas das cidades mais cool como Barcelona e Buenos Aires.
Em Portugal, depois de três edições de sucesso em Lisboa, chega agora ao Porto com a vontade de se assumir como forma de ver, explorar e conhecer a arquitetura.
No fim de semana de 4 e 5 de Julho de 2015, todos estão convidados a vivenciar as qualidades do patrimônio arquitetônico e urbanístico de excelência da área metropolitana do Porto. Um roteiro abrangente que conjuga referências da cultura nacional e pequenas intervenções privadas, desde edifícios históricos até aos ícones da tão premiada arquitetura Portuguesa contemporânea.
Inteiramente gratuito, o Open House Porto convida o público a criar o seu itinerário pela cidade de acordo com os seus interesses, oferecendo ainda visitas comentadas por especialistas e/ou autores dos projetos.
Esta primeira edição tem como comissário o arquiteto Pedro Bandeira e integra uma cuidadosa seleção de 40 espaços de diferentes tipologias [conjuntos urbanos, habitação, equipamentos, infraestruturas e edifícios de comércio e serviços]. Em suma, locais que ilustram a singularidade e riqueza da história e da cultura da arquitetura local.
Enquanto primeiro evento cultural que reúne a associação da Frente Atlântica do Porto, o Open House Porto é uma coprodução da Trienal de Arquitectura de Lisboa com a Casa da Arquitectura e conta com as Câmaras Municipais do Porto, Gaia e Matosinhos como parceiros estratégicos.
O conceito do Open House Porto
O Open House é uma iniciativa anual que, num fim de semana, oferece acesso privilegiado a espaços de relevo, dando a oportunidade a todos de experienciar as valência do patrimônio arquitetônico e urbanístico de excelência. Os visitantes são convidados a explorar espaços de diferentes tipologias - entre os quais casas privadas, palácios, teatros, bairros históricos – que ilustram a singularidade e riqueza da história e da cultura arquitetônica.
A cada edição é proposto um roteiro diferente que combina alguns locais emblemáticos que se mantém e espaços nunca antes abertos ao público. Em 2012, foi lançado o Open House em Lisboa pela Trienal de Arquitectura de Lisboa que desde logo se revelou um evento com uma forte adesão [média visitantes das três edições: 14.000].
Texto Curatorial - Pedro Bandeira
Porto. Cidade invicta, é uma nação! Estas são as expressões mais comuns usadas pelos nativos para definir uma cidade com uma identidade única. Visitada cada vez mais por turistas de todo o mundo, com um centro histórico classificado pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade, tem conseguido resistir à superficialidade banalizada de uma “cultura gourmet”, evidenciando, para lá do seu charme mais óbvio, uma realidade complexa e diversificada, mas não menos sedutora.
O Porto é uma cidade com uma expressividade dramática, acentuada pela relação entre a sua arquitetura de granito e a sua topografia. É uma cidade cinzenta, úmida, chuvosa, mas capaz de se transformar, com um breve raio de sol, numa bela textura de prata. É uma cidade romântica, onde coexiste urbanidade e ruralidade, onde também coexiste crescimento e decadência, é uma cidade de contrastes sem pudor da sua história ou do seu tempo e que existe com a mesma naturalidade com que resiste.
O evento Open House, organizado este ano pela primeira vez no Porto, abrangerá também os municípios de Matosinhos e de Gaia, e procurará dar a conhecer a um público alargado uma diversidade grande de edifícios e infraestruturas que pelo seu valor arquitetônico, pela sua função específica ou localização privilegiada, merecem toda a atenção. Sobre estes objetos arquitetônicos o Open House favorece uma abordagem única de visita revelando espaços quotidianamente inacessíveis ao público proporcionando, simultaneamente, a construção de novas narrativas.
Partindo do valor associado à arquitetura contemporânea que se produz no Porto [e que já valeu dois prêmios Pritzker: Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura], o Open House favorece também um enquadramento de edifícios históricos da cidade procurando no passado lições de transformação e adaptabilidade às exigências do presente. Diversas tipologias poderão ser visitadas no fim de semana de 4 e 5 de Julho: torres, faróis, túneis, museus, escolas, escritórios, matadouros, tanatórios ou casas articulares. Um vasto itinerário a redescobrir, sempre que possível guiados pelos responsáveis ou autores dos respectivos edifícios.
O Open House Porto resulta de uma parceria entre a Trienal de Trienal de Arquitectura de Lisboa, a Casa da Arquitectura, a Câmara Municipal do Porto, a Câmara Municipal de Matosinhos e a Câmara Municipal de Gaia.
Um roteiro pela frente atlântica do Porto
O público terá acesso a um extenso programa de percursos e visitas comentadas onde o visitante pode ver e conhecer espaços que nem sempre são acessíveis, acompanhados por voluntários informados ou mesmo autores dos projetos que realizam visitas especializadas.
Apresentamos alguns dos espaços que compõem o roteiro desta primeira edição. Os detalhes sobre todos os edifícios e eventos estarão disponíveis a partir de 10 de Junho no site oficial do evento e nas páginas oficiais de Facebook e Twitter das entidades organizadoras.
- Casa da Arquitectura [Álvaro Siza, 1961]
- Casa do Conto [Pedra Líquida, 2009-2011]
- Casa de Chá da Boa Nova [Álvaro Siza, 1963]
- Funicular dos Guindais [Adalberto Dias, 2001]
- Estação de Metro 24 de Agosto [Eduardo Souto de Moura, 1999-2004]
- Piscina das Marés [Álvaro Siza, 1966]
- Refinaria Galp
- Terraço do Edifício do Paços do Concelho do Porto [António Correia da Silva, 1957]
Mais informações em openhouseporto.com