- Ano: 1993
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Fotografias:Wojtek Gurak
Descrição enviada pela equipe de projeto. Após um incêndio devastador em 1981 no campus Vitra de design em Weil am Rhein, Alemanha, a empresa iniciou uma extensa missão de reconstruir o campus, bem como redesenhar o plano diretor, que havia sido desenvolvido por Nicholas Grimshaw.
Quase uma década depois do incêndio, a empresa procurou um arquiteto para construir uma estação do corpo de bombeiros no campus Vitra e evitar quaisquer ocorrências futuras, acabando por contratar Zaha Hadid. Concluído em 1993, o corpo de bombeiros Vitra foi o primeiro projeto construído de Hadid em sua carreira, que acabaria por lançar seu nome e estilo ao público internacional.
O projeto do corpo de bombeiros em Vitra é um exemplo do trabalho de Zaha Hadid que se aprofunda na linguagem teórica desconstrutivista, desenvolvido através de suas pinturas como mediadora conceitual na busca de relações espaciais e formas. O projeto é uma síntese da filosofia e arquitetura que conectam o campus de design Vitra ao seu entorno.
Como parte do processo projetual, Hadid e seu sócio Patrik Schumacher iniciaram relacionando os edifícios existentes no campus ao contexto agrícola circundante. A longa estrada onde a edificação seria implantada foi concebida como uma paisagem linear, uma extensão artificial dos campos adjacentes e vinhas.
O corpo de bombeiros foi entendido como a articulação que definiria o limite entre a paisagem do entorno e a artificialidade do campus. Ao implantar um perfil estreito para o edifício, ele pode ser percebido como uma extensão ou uma extrusão da paisagem que conceitualmente atravessa o edifício.
O corpo de bombeiros é uma composição de planos de concreto que se dobram, inclinam-se e quebram-se de acordo com as forças dinâmicas conceituais que conectam paisagem e arquitetura. O edifício é pensado como um movimento congelado, aumentando o dinamismo das forças utilizadas para criar a estética formal, suspensa em um estado de tensão e criando uma sensação de instabilidade.
"Estilhaços" de concreto e planos deslizam entre si para conformar um perfil estreito e horizontal. A sensação de instabilidade é intensificada com planos horizontais deslizando uns sobre os outros, enquanto outro projeta-se para as garagens. Com um estado de constante inquietação, os planos de concreto incorporam uma característica pesada, opaca, que restringe as vistas para o edifício, exceto quando as paredes começam a separar-se do mesmo.
O interior da edificação é tão complexo formal e espacialmente como o exterior. A série de paredes em camadas são dobradas, inclinadas, e quebradas para acomodar a funcionalidade do programa, imprensado entre as paredes. O segundo pavimento está levemente desequilibrado com o piso térreo, o que cria uma sensação de instabilidade espacial internamente. Enquanto os planos deslizam uns nos outros e começam a ser manipulados de acordo com o programa, os visitantes estão sujeitos a ilusões óticas que os ângulos e vislumbres de cores conformam.
Tanto o interior como o exterior da estação apresentam séries de arranjos espaciais complexos que evocam um senso de instabilidade ilusória, enquanto ainda mantém uma aparência de solidez e composição. Ainda assim, exibem linhas simples e limpas que convergem conjuntamente para criar uma complexidade compositiva ao longo da estação.
Hoje em dia a edificação funciona como um museu que expõe as cadeiras Vitra, após o redesenho do sistema de prevenção de incêndios do distrito.