Descrição enviada pela equipe de projeto. Transformação de um espaço térreo inserido num edifício composto no seu embasamento por vários arcos em pedra, quatro dos quais compõem a fachada do restaurante, constituindo-se como elementos caracterizadores do espaço, tanto no exterior como no interior.
Estes arcos foram destacados, iluminando-se o seu contorno e desenhando-se para a sua base floreiras retro-iluminadas.
É precisamente por um destes arcos que se faz a entrada no restaurante, através de uma grande porta pivotante em vidro. Uma vez passado o arco de vidro, temos um espaço de recepção aos clientes que é dominado pela presença de uma oliveira suspensa e pela garrafeira iluminada que cobre toda a parede lateral da entrada.
A sala de refeições, ampla mas ao mesmo tempo intimista é, num dos lados, delimitada pelos arcos brancos da fachada, fechados com panos únicos de vidro e, no outro, pelo volume negro da cozinha aberto para a sala.
O programa exigia uma cozinha de elevada complexidade totalmente personalizada pelo Chef de forma a optimizar os fluxos de trabalho próprios ao desempenho deste tipo de estrutura. Como tal, e dado que a cozinha deveria ser visível da sala, foi necessário conciliar estas exigências com a criação de um ambiente cuidado e que não fosse visualmente evasivo para quem se encontra na sala de refeições. Desta forma, opta-se pelo domínio da cor preto. Nos bastidores da cozinha, por trás desta, fica ainda situada uma zona técnica, balneários e back-office.
Na parede do topo da sala, destaca-se o painel de azulejos artesanais que a reveste totalmente, desenvolvido em parceria com a Artista-Ceramista Maria Ana Vasco Costa.
Este painel de azulejos tridimensionais é como uma peça escultórica e faz intencionalmente um contraponto à garrafeira na entrada. É também branco, com o mesmo desenho base em losangos e também iluminado, tirando aqui partido da sua tridimensionalidade, refletindo a luz que lhe incide de forma diferente, dependendo da perspectiva do observador e da hora do dia.
Os planos horizontais da sala (chão e tecto) são em madeira, contribuindo para o ambiente de conforto, de sala de estar, que se pretendia neste espaço. No tecto, em ripado que, para além de ocultar as infraestruturas tais como as condutas de ventilação e os focos de iluminação, dilui os limites deste plano, dando uma sensação de continuidade e leveza.
Esta sensação de continuidade do espaço é também conseguida através do tratamento semelhante que as instalações sanitárias receberam, relativamente à sala de refeições. Estas são marcadas pelo mesmo pavimento em madeira e pelas paredes na cor preto, por uma iluminação cuidada e distinta e ainda por pequenas plantas decorativas suspensas. Pretende-se assim manter um ambiente cuidado e quase doméstico, mesmo nestes espaços, normalmente secundarizados.