Por Constanza Martínez Gaete. Via Palataforma Urbana. Tradução Archdaily Brasil.
Há duas décadas o mesmo muro de Berlim que separava os alemães, há algumas semanas, parte deste, conhecida como a East Side Gallery, os manteve mais próximos do que nunca. Com seus 1316 metros e mais de 100 murais pintados por artistas de diferentes países, a East Side Gallery, localizada no distrito de Friedrichshain-Kreuzberg, em Berlim, é reconhecida como a galeria de arte ao ar livre mais extensa do mundo.
Criada em 1989, sobre uma seção remanescente do Muro de Berlim, foi mantida como um símbolo de protesto contra a proibição das pinturas do lado oriental do muro. No entanto, o projeto do grupo de investimentos Living Bauhaus, composto por um hotel e 36 apartamentos exclusivos, permanece como ameaça a 50 metros da galeria.
Em 28 de fevereiro, dia em que estava programado o início dos trabalhos e a demolição, os cidadãos fizeram uma corrente humana em frente ao setor que fora requerida derrubada. Até 200 manifestantes chegaram ao local e conseguiram adiar o colapso. Até agora, o proprietário da empresa imobiliária, Maik Uwe Hinkel, disse em um comunicado de imprensa que “ao contrário do que alguns meios de comunicação atestam a East Side Gallery não será afetada pelo edifício projetado”.
No entanto, a demolição de 50 metros do muro é justificável, de acordo com a empresa, pois a cidade exige a construção de uma saída de emergência através do parque, onde será inserido o edifício projetado.
A descrição do projeto pela empresa imobiliária diz que “o projeto, de 63 metros de altura, será construído na Rua Muhlenstrasse 60, no popular bairro de Friedrichshain, perto dos trechos preservados do Muro de Berlim, na conhecida East Side Gallery.”
O pintor Francês, Thierry Noir, foi um dos artistas que moldaram a galeria com seus rostos longos e afirmou: “Eu acho insuportável ver que o Muro será demolido de maneira simplesmente brutal”.