A proposta realizada por OAM para este concurso de habitação social, destinada a casais jovens com dificuldade de alcançar sua primeira residência, é construída em uma zona de expansão residencial da cidade de Málaga. Não existe restrição normativa no número de habitações, somente uma limitação no aproveitamento construído e na condição do concurso de realizar módulos de dois dormitórios, e em vista disso, o planejamento tipológico desenvolvido busca, mediante a racionalização da habitação, otimizar a relação entre o privado e a zonas comuns.
Por isso, e considerando o clima mediterrâneo do sul da Espanha, recupera-se a galeria aberta como espaço não só de comunicação e de acesso às vivendas, mas também de relação, que favorece o encontro de uma nova comunidade jovem, reservando o edifício a módulos residenciais. A galeria, com pequenas ampliações no seu corredor, proporciona uma expansão funcional às habitações, que podem usa-la para colocar bicicletas, vasos e flores, o pequeno mobiliário doméstico. Seu desenho é guiado por chapas de aço perfurado para concentrar a matéria construtiva exclusivamente nas fachadas e reduzir ao mínimo a espessura de sua construção.
Da mesma forma, o cuidado bioclimático do edifício seguiu diretrizes do procedimento de Alta Qualidade Medioambiental (ACM), priorizando para as habitações ecológicas o efeito Venturi na “galeria-pátio”. Salubridade e ventilação do espaço interior, ventilação cruzada nas habitações, colchão térmico na fachadas-criado com o entrelaçado de chapas- emprego de energias solares, reciclagem de águas pluviais, e ventilação natural na garagem.
O único tipo de habitação desenvolvido aloca-se do primeiro ao quarto pavimento, liberando os menores lados do quarteirão, onde abrem-se extremos das duas galerias nos seus quatro níveis, e a galeria-pátio, cujo protagonismo espacial e funcional vai em contraposição as propostas habituais que fecham e restringem suas dimensões. Os acessos gerais para os dois blocos de habitações são realizados nestes extremos abertos da galeria, resevando, então, a área do térreo a usos comerciais, de grande ou pequena escala.
A distribuição das 98 habitações, fachadas exteriores e galerias interiores, são realizadas em corredores duplos, provocando visuais interiores livres. Parte da área de cozinha vincula-se espacialmente a zona da sala, ampliando a percepção da sala principal e reduzindo o corredor desejado na entrada das habitações. Assim,junto ao uso mais privado dos dormitórios, a peça da cozinha ganha um uso mais flexível e diário. A disposição de uma mesa de cozinha incorporada ao balcão, permite o aproveitamento destes espaços, habitualmente de passagem, como uma zona adicional de estudo das crianças, trabalho, café da manhã ou lanches. Isto permite que se enriqueça, com este novo uso, as opções de aproveitamento de uma residência de 52m2 úteis. O dormitório é liberado de interferências estruturais que reduziram o uso real da área disponível para as camas, mediante a disposição em galeria dos pilares.
O projeto de habitação, de proteção oficial,buscou a otimização do tipo residencial e a qualificação dos espaços interiores ao edifício, abertos as condições naturais: sol, noite, brisas, etc… lugares que, por suas dimensões maiores, podem converte-se no coração dos edifícios de habitação social. Com isso, cremos que se criará um espaço de qualidade, capaz de organizar os percursos interiores e propiciar uma maior sensação de comunidade e bem-estar social.
Informação Complementar:
- Estrutura: Carlos Fontana
- Instalações: EIDS-Indesolar
- Climatização: INCLISA
- Construtora: Foment Immobiliari Assequible Obra Social La Caixa