Junín de los Andes se encontra sobre um vale na margem direita do rio Chimehuin. A cidade se desenvolve ao largo da rota 234 e se encontra dentro do circuito turístico dos Sete Lagos, sendo a porta de entrada do Parque Nacional Lanín. O terreno da Fábrica está localizado no lado da estrada e é a primeira construção de Junín de los Andes que aparece quando alguém vem a partir de Neuquén.
O programa de necessidades contemplava um edifício para fabricar canos de resina epóxi de 6000m², um depósito de resinas, um setor de escritórios administrativos, depósitos exteriores de canos, oficinas, praças de manobras e diversos programas de apoio. O layout da fábrica não estava definido durante o processo do projeto por qual o edifício deveria ser o suficientemente flexível para suportar distintas configurações e poder sofrer mudanças tanto na etapa da obra como depois da mesma.
Como primeira inquietude, surgiu o que necessitaríamos refletir de qual modo deveria relacionar este edifício com a paisagem e entender que, devido à sua posição física e seu tamanho, iria formar parte da imagem das pessoas que ingressam à cidade. Assim, a temática não era apenas de cobrir da forma mais econômica possível um layout, mas de buscar com os mínimos recursos, um edifício com caráter que transcenda uma solução programática.
Os pedidos do cliente incluíam a necessidade de considerar as possíveis ampliações futuras da fábrica. Em consequência, planejamos um sistema aberto que não impede futuros crescimentos. O primeiro edifício está localizado numa esquina de modo que possibilita as incertas ampliações para outros setores. Como estratégia buscou-se marcar o setor do prédio destinado as primeiras e as futuras construções através de duas paredes de cestas com vegetações nativas, uma frontal e outra para a lagoa, de modo que fossem definidos dois limites.
As leis municipais estabelecem que os tetos devam possuir uma inclinação mínima de 18º, sendo este um tema importante devido ao tamanho da planta do edifício principal, implicava num desenvolvimento em altura e um volume de ar importante para condicionar. Compreendendo a presença da cobertura, decidimos expressá-la como uma lâmina com diversas dobras que pretender dar uma ideia de estar em ação, em movimento. O teto de chapa galvanizada busca se desapegar da caixa através do rasgo de chapa translúcida por onde ingressa a luz.
Sobre a fachada leste se distribuem em dois níveis os acessos, os escritórios administrativos, os vestiários, cozinha, restaurante e distintos programas de apoio. Através de uma alteração nas abas da cobertura foi resolvida a entrada de luz no pavimento superior.
O interesse do estúdio neste projeto foi principalmente a relação objeto-paisagem-cidade, no conhecimento da chapa e suas possibilidades expressivas, a flexibilidade e a economia de recursos.
- Área coberta : 6000m²
- Área descoberta : 16.520m²