INTERIOR é o conceito central que representa o Pavilhão da Espanha na Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, buscando responder ao tema geral do evento: "Fundamentals". Lançando luz sobre a arquitetura (e não sobre os arquitetos) e seus elementos fundamentais, o pavilhão espanhol, com curadoria de Inaki Ábalos, destaca o espaço interior através de 12 obras de arquitetura espanhola e a cultura material que lhes deu forma. INTERIORS fala do espaço, "por definição, o lugar onde se desenvolve a vida, o tema central da arquitetura."
Do Catálogo da Bienal. Para o público em geral, a ideia da modernidade evoca um modelo homogêneo, como se a própria natureza humana pudesse ser medida, ou ainda pior, corrigida, sobre a base de padrões especiais unificados; como se a experiência da arquitetura fosse um padrão objetivo ou dependesse exclusivamente de um padrão cultural universal. INTERIOR, como tema de investigação, articula tradição e modernidade, extraindo as chaves essenciais que mostra como podemos recriar modelos tipológicos, construtivos e ambientais, assim como as técnicas de projeto próprias do projeto contemporâneo.
Retornar ao interior significa retornar ao código genético da arquitetura e suas tradições mais ricas, nas quais o espaço coletivo e a cultura hedonista se unem e desdobram no interior. Arquiteturas árabes, tipologias abertas, a cultura da água, as construções ancestrais e os encontros entre o meio natural e os habitats, como cavernas e totens, deixaram pegadas, obrigando a modernidade mecânica a negociar novas articulações locais.
O enfoque da exposição do pavilhão espanhol no "interior" também implica avaliar o valor de seu desenho, em particular em relação à recuperação e os programas re regeneração urbana. Como linha estrutural, a exposição se apresenta através de uma seleção de doze projetos de escritórios espanhóis, em geral concluídos nos últimos três anos, que apresentam significados especiais no campo da recuperação e regeneração da construção e do patrimônio urbano. A ideia de recriar o interior se expressa através de um labirinto formado por grandes reproduções fotográficas de imersão nos edifícios selecionados, acompanhadas por outros elementos como desenhos e projetos históricos relacionados que contribuem para sua compreensão espacial e temporal.
Não há arquitetura sem o interior: não existe a ideia de arquitetura se não há uma reflexão sobre o interior em todos os seus aspectos: espacial, formal, material e energético. O interior fala de espaço, e o espaço, por definição, é o lugar onde se desenvolve a vida, o tema central da arquitetura.