Descrição enviada pela equipe de projeto. Situada num exuberante jardim em uma das áreas expatriadas de Bangkok, a Divergence House busca preservar ao máximo as árvores e a vegetação do terreno. Portanto, a questão central desse projeto não é tanto como conceber a casa para ser vista de fora, mas como conceber os espaços internos de modo que fiquem em harmonia com o entorno da construção e, ao mesmo tempo, mantenham a atmosfera doméstica de uma casa.
Para mesclar os espaços internos com o ambiente natural, o conceito de permeabilidade serviu como uma estratégia fundamental. Todos os programas divergem uns dos outros e se posicionam entre as árvores. Suas localizações dependem do nível de privacidade e conectividade interna desejados. Por exemplo, o hall e a área de estar se localizam na parte frontal; a piscina e a área de jantar ficam na porção mais reservada do terreno; os quartos, por sua vez, se localizam no pavimento superior.
Para completar a organização espacial da casa foi elaborado um sistema sinuoso de circulação que conecta os diferentes programas. Esse sistema desempenha a função estratégica de conduzir os moradores entre os espaços, onde a ambiguidade espacial entre interior e exterior se torna evidente. Como consequência, uma série de vazios, formados pela circulação sinuosa, criam reentrâncias que envolvem as árvores, trazendo-as quase para dentro da casa.
Leves inundações sazonais também interferem na concepção física da casa. O térreo é levemente elevado para escapar das águas e permitir a circulação de ar sob o piso da residência. As bases dos pilares, a conexão física da casa com a terra, são discretas, parece que apenas tocam de leve o solo.
Em termos de materialidade, a ideia de "camuflagem" é implementada em todas as superfícies da casa. A madeira reutilizada da antiga casa é aplicada nos assoalhos e persianas. As paredes externas são em concreto em tons escuros de cinza; já a piscina tem revestimento em rochas vulcânicas - essas pedras absorvem a água e produzem belos tons de verde.