Cidade e Negritude: um diálogo entre Dança, Literatura e Políticas Urbanas

RODA DE DIÁLOGO
Cidade e Negritude: um diálogo entre Dança, Literatura e Políticas Urbanas

Propomos um diálogo crítico da relação entre Cidade e Negritude, através de um encontro de três pesquisadoras e das suas abordagens, a partir da dança, da literatura e das políticas urbanas.

Ana Pi nos fala das danças periféricas, ditas também danças de rua ou danças urbanas, criadas e praticadas nas grandes Metrópoles do Mundo. Tais danças são ligadas à música e ritmos da Cidade, a suas injustiças, mas também a suas possibilidades… O legado da diáspora africana, para além da dimensão da sua tragédia humana, também possibilitou reinventar e constituir a cultura africana nas cidades nas quais aportaram os escravizados, fertilizando expressões incontornáveis das músicas e das danças por todo o Mundo, tais como a Dancehall em Kingston, na Jamaica, danças da cultura Funk no Brasil, danças da cultura Hip-Hop América do Norte.

Gabriela Leandro Pereira reflete que a produção da cidade também é uma construção assimétrica de discursos, por seus múltiplos agentes. As tensões e disputas do seu campo social definem a primazia de determinados saberes e narradores, em detrimento de algumas narrativas, territórios e sujeitos. No entanto, a criação de discursos contra-hegemônicos, deslocam os enunciantes e enunciados que dominam o urbano, sendo emblemática a esse respeito, a trajetória da escritora Carolina Maria de Jesus.

Para Glória Cecília Figueiredo, as danças urbanas e a literatura marginalizadas nos falam de práticas em territórios invisibilizados. Estas criações artísticas e culturais(re)definem os valores sociais e as centralidades das cidades nas quais se inserem. Tratam-se de espaços precarizados, que resistem/existem sobretudo por lógicas da necessidade e ou da solidariedade dos seus habitantes. No entanto, tais espaços também são condicionados pelas lógicas do Estado e do Mercado que os atravessam. É assim que, por exemplo, o fenômeno do Passinho nas favelas cariocas convive com uma ação estatal militarizada e ostensiva das UPP´s, com a intervenção de mecenas corporativos como a Coca Cola e a Rede Globo, ou fazendo parte de territórios informacionais, mediatizados por redes sociais que instrumentalizam plataformas da internet, caso do Youtube e Facebook.

Na Roda de diálogo com estas pesquisadoras, buscamos refletir sobre como a relação entre Cidade e Negritude aparece em cada uma destas abordagens? Quais são as questões específicas e comuns, que atravessam estes diferentes objetos e seus sujeitos? Quais perspectivas atualizadas do direito à cidade, são apontadas através destas problematizações?

PROGRAMAÇÃO

Dia: 13/02/2017 (Segunda-Feira)
Local: Faculdade de Arquitetura da UFBA- Auditorio Mastaba
Horário: 14:00h às 16:30h

Mediação:
Vitória Matos - Estudante da FAUFBA

Provocadoras:
Ana Pi - Artista coreógrafa e de imagem / Pesquisadora de Danças Urbanas / Dançarina contemporânea e pedagógica / Criadora da Coreografia NOIRBLUE para o Festival Artdanthé 2017 (FR)

Gabriela Leandro Pereira - Profa. da FAUFBA / Grupo de Pesquisa Lugar Comum

Glória Cecília Figueiredo - Profa. da FAUFBA / Grupo de Pesquisa Lugar Comum

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Cita: "Cidade e Negritude: um diálogo entre Dança, Literatura e Políticas Urbanas" 10 Fev 2017. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/805094/cidade-e-negritude-um-dialogo-entre-danca-literatura-e-politicas-urbanas> ISSN 0719-8906

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