Por mais que tentemos não nos abalar com a opinião dos outros, receber um reconhecimento é algo muito poderoso. Reconhecimento carrega consigo uma audiência cativa (e muita expectativa), não apenas admiradores, mas também "caçadores de recompensa" - ou, cinicamente, aqueles que sempre estão prontos para capitalizar algo para si com o trabalho dos outros. Para os arquitetos, reconhecimento pode ser tanto uma bênção quanto uma maldição. Muitos escritórios se mantém fiéis a uma ideia ou conceito; Porém, à medida que o reconhecimento vai chegando, diluído em forma de rótulos, torna-se cada dia mais difícil entender o que está sendo reconhecido. Esta semana, divulgamos uma série de premiações significativas no campo da arquitetura - além de uma entrevista estrondosa com dois arquitetos determinados a questionar os rótulos que acompanham os galardões. Leia a nossa revisão da semana.
Projetos reconhecidos
Recentemente, foram anunciados os quatro edifícios finalistas para o Prêmio Internacional RIBA 2018. O prêmio, entregue a cada dois anos, está aberto a todos os arquitetos do mundo e procura condecorar o edifício "mais inspirador e significativo" do último biênio. A lista de finalistas deste ano inclui obras de O'Donnell Tuomey, Aleph Zero + Rosenbaum, Nikken Sekkei e Boeri Studio.
Esta semana Alejandro Aravena foi nomeado o ganhador do Prêmio Charles Jencks de 2018 do RIBA, um prêmio fundado para reconhecer tanto a obra construída quanto teórica na arquitetura. Aravena, tornou-se uma figura mundialmente afamada quando simultaneamente venceu o prêmio Pritzker e foi curador da Bienal de Veneza em 2016. O arquiteto chileno dedicou a maior parte de sua carreira ao desenvolvimento de projetos de cunho social, principalmente em seu país de origem.
“Não nos consideramos artistas. A maioria dos arquitetos procura construir coisas únicas. Mas se algo é original ao ponto de não poder ser repetido, então em termos sociais, o valor é próximo de zero.”
Questionando os rótulos
Aravena é conhecido há muito tempo por sua resistência aos rótulos - de fato, até mesmo em seu discurso para o Prêmio Jencks seu ceticismo é evidente, tratando a arquitetura como um modelo para outros tipos de desenvolvimento. Mas ele não está sozinho resistindo contra os rótulos da arquitetura de mais alto escalão. Liz Diller e Ricardo Scofidio afirmaram em uma recente entrevista com Vladimir Belogolovsky algo mais ou menos na mesma linha: “Nós procuramos fazer tudo de maneira diferente. Pensamos diferentemente. Ainda não fazemos parte de nenhum sistema ou grupo.”
Mídias (Sociais)
O reconhecimento, atualmente, não vem somente através de grandes premiações e eventos de gala, mas pode vir diluído em pequenas porções “pessoais”. O Instagram está provando cada vez mais ser uma ferramenta inestimável de compartilhamento de trabalhos, ideias e perspectivas. Por isso reunimos uma lista de 50 (+5) contas de Instagram que vale a pena dar uma olhada, principalmente aqueles que buscam inspiração em novos escritórios e escolas de arquitetura além de outras plataformas.
No papel
De qualquer maneira, talvez a forma mais tradicional e duradoura de reconhecimento venha através das publicações. Atravessando gerações e sendo traduzidos para atravessar também as barreiras geográficas, os livros oferecem aos arquitetos e teóricos uma oportunidade para compartilhar suas perspectivas através de suas próprias palavras. Esta semana, nós editores do ArchDaily, fizemos uma força tarefa para compartilhar mais de 100 livros que consideramos indispensáveis na estante de livros de qualquer arquiteto. Os títulos são bastante abrangentes e passam pelo clássico (SMLXL) ao pouco conhecido (The Destruction of Memory); pelo prático (Neufert) ao frívolo (The Architecture of the Cocktail). Mesmo que você não seja um bom leitor, esta pode ser uma boa inspiração para presentear os amigos.