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Arquitetos: Cerejeira Fontes Architects
- Área: 1350 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:José Campos
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Fabricantes: MBF, Lda, Pedreira de Vila Viçosa
Descrição enviada pela equipe de projeto. A intervenção proposta apesar de respeitar a intervenção ocorrida nos anos 90 aproxima-se às premissas e pressupostos que estão na base do projecto original do Arquitecto Eugénio Alves de Sousa nos anos 60. Neste sentido, foram tidas em linha de conta todas as particularidades de um lugar de culto bem como todas as condicionantes institucionais que regem a sua especificidade articulando-as de forma cuidada com o próprio carácter monumental e religioso.
A intervenção ocorre após um devastador incêndio que danificou de modo genérico toda a extensão da Igreja. Desta forma e para responder às necessidades espaciais deste espaço de culto, celebração e espaço de concertos, propôs-se uma nova organização espacial do complexo através de uma nova e progressiva sequência de diferentes momentos de preparação, sendo necessário a ocorrência de uma limpeza geral e demolições pontuais em diferentes pontos do edifício.
O edifício apresenta-se monumental e brutalista sendo o seu interior animado pelas entradas de luz, pelos seus vitrais coloridos e pelo grande órgão que se impõe quer esteticamente, quer espacialmente. De modo a potencializar a espacialidade do edifício e captar as capacidades e efeitos lumínicos dos vitrais, e protagonizar o grande órgão, optou-se por uma intervenção cirúrgica, silenciosa de carácter simples e minimalista. Deste modo, propôs-se a libertação do espaço e a aplicação de um pavimento claro, liso e de nível deixando que algumas peças fulcrais à celebração se elevassem no espaço sobre mármore - a pedra assume-se assim como elemento sagrado na nova configuração – e entrassem em diálogo com o grande órgão e com as peças escultóricas existentes.
A reabilitação teve também em consideração melhorias na acústica do edifício para dar resposta à reformulação espacial proposta e aos usos a que o edifício se propõe na comunidade. Esta reformulação espacial é feita em colaboração com o dono de obra para que se respondesse da melhor forma às exigências contemporâneas.
Após a intervenção o espaço celebra actividades de culto bem como concertos no âmbito da Bienal de Órgão e Arte Sacra.