A humanidade está enfrentando um novo desafio coletivo sem precedentes. O isolamento, impulsionado pela auto-quarentena, por um período desconhecido. É um experimento social sem resultado previsível, porém uma constante na equação é a arquitetura.
Com mais da metade da população mundial habitando em cidades ou áreas densamente povoadas, atualmente bilhões de pessoas residem em pequenos espaços, separadas uns dos outros por tijolos, concreto e aço. O experimento de habitação social dos anos 50 e 60 originou uma nova tipologia arquitetônica, composta pela construção social subjacente, impulsionada pelo capitalismo, que nos orientava a cuidar de nossos próprios negócios. De alguma forma, durante a era dos arranha-céus, a ideia de isolamento se transformou em um símbolo de status, já que coberturas particulares, acessadas por elevadores privativos, hoje flutuam sobre as ruas da cidade.
Este artigo é um exercício de observação e análise das diferentes formas de ocupação e uso do solo em tecidos urbanos informais ou autoproduzidos nos arredores de Luanda, e sua relação com o centro urbano consolidado da capital angolana.
A capacidade das legislações urbanas em alcançar resultados completamente diferentes daqueles previstos é notória. Como é de costume, as diversas experiências frustradas registradas em cidades pelo mundo não são suficientes para impedir que novas leis e regulações sejam postas em prática.
Como parte de um esforço da Faculdade de Arquitetura da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), a Livraria Carlos Obregón Santacilia disponibiliza gratuitamente algumas de suas publicações em formato digital. Esses textos abrangem publicações sobre temas como métodos de pesquisa, análise de processos administrativos relacionados ao campo da arquitetura, publicações teóricas, história da arquitetura em diferentes períodos e contextos, sistemas estruturais, eficiência energética, planejamento urbano, paisagem, patrimônio e reconstrução.
As cidades podem ser consideradas os grandes centros econômicos, sociais, tecnológicos e culturais da humanidade, tendo em vista as suas diversas funções e importância em termos de qualidade de vida de seus cidadãos. De acordo com dados das Nações Unidas (2017), atualmente, mais da metade da população mundial vive em cidades ou centros urbanizados e se espera que até 2050 esse número cresça para cerca de 70%. Ainda, no final de 2015, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a serem alcançados por todos os países até 2030. Dada a importância das cidades, o ODS11 “Cidades e Comunidades Sustentáveis, é dedicado a esta agenda e busca essencialmente que as cidades e os assentamentos humanos procurem formas de serem inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
https://www.archdaily.com.br/br/936764/como-tornar-as-cidades-mais-inteligentes-diante-das-mudancas-climaticas-e-pandemiasLucas Rosse Caldas, Andrea Santos e Luan Santos
Confinados, alguns em mais metros quadrados do que outros. Me lembrei do filme Medianeras, aquele argentino onde a protagonista discorre sobre a solidão urbana falando de apartamentos “mono-ambientes” ou caixas de sapatos, mas também de encontros virtuais. Aquela realidade cinematográfica de 2011 é ainda mais real nesse momento, onde começamos a planejar happy-hours virtuais.
Os megadados, também chamados de dados massivos, dados em grande escala ou simplesmente big data (terminologia usualmente utilizada em espanhol ou inglês) é um termo que faz referência aos conjuntos de dados que, por sua dimensão e complexidade, requerem aplicativos informáticos para seu processamento. Em relação ao urbanismo, a copilação e gestão de dados, junto ao desenvolvimento de novas plataformas e conjuntos de ferramentas para sua interpretação, deu início a uma nova era no que diz respeito à análise da forma urbana, habilitando novos recursos para compreender, avaliar, supervisionar e gestionar a morfologia e a evolução das cidades.
Em meio a um período de restrições e isolamento, não é apenas o aspecto social que fica submetido ao distanciamento. O hábito de visitar museus e exposições também teve de ser interrompido na vida dos brasileiros e, apesar da experiência física frente às obras sempre representar uma oportunidade inesgotável de apreensão do impacto da imagem, a possibilidade de conhecer mostras e edifícios de museus online representa uma forma de manter preenchido este espaço no cotidiano de todos. As visitas online também são interessantes por viabilizarem o acesso à arte e à cultura de forma mais ampla e facilitada, e podem ser um estímulo àqueles que não têm por hábito na vida este tipo de atividade, para que um possível interesse se desperte e, passado o período de fechamentos, fomente a participação ativa no circuito museológico e artístico disponível nas cidades.
O Peru, com suas diversas condições geográficas e sua grande variedade de recursos naturais, possui uma arquitetura particularmente comprometida com sua paisagem. Nas três principais regiões que compõem o país - a costa, as montanhas e a selva - as diferenças entre as temperaturas médias de inverno e verão não são consideráveis e, com exceção das porções mais altas das montanhas, os climas são definidos como tropical ou subtropical. Essa condição específica faz com que a temperatura oscile entre 15°C e 27°C, com situações extremas de calor ou frio sendo atípicas. Por esse motivo, a relação entre arquitetura e espaços exteriores adquiriu particular relevância.
Em seu livro “Life 3.0”, o professor do Massachussets Institute of Technology, Max Tegmark, diz que “à medida que formos avançando na era da inteligência artificial, cada um de nós será um pouco mais responsável pelo futuro da vida no planeta.” Ainda hoje, a inteligência artificial muitas vezes é vista como uma espécie de caixa de pandora. Enquanto por um lado ela é encarada como uma ferramenta capaz de promover a segurança, a eficiência e a sustentabilidade nas cidades, por outro lado, ela é também representa uma ameaça aos seres humanos, algo que desencadeará um amplo processo de substituição da força humana de trabalho por máquinas gerando desemprego e isolamento social em massa. Neste contexto, a questão sobre como a Inteligência Artificial afetará as nossas cidades do futuro também tem chamado à atenção de arquitetos e designers do mundo todo, além de ter sido a questão central da Bi-City Bienal de Urbanismo\Arquitetura de Shenzhen 2019, atualmente o evento de arquitetura mais visitado do mundo.
https://www.archdaily.com.br/br/936668/6-reflexoes-sobre-o-papel-da-inteligencia-artificial-no-futuro-das-cidadesNiall Patrick Walsh
Para a maioria dos moradores de São Paulo, favelas como Paraisópolis são um problema que deve ser enfrentado pela cidade. No entanto, quando se olha o processo de urbanização da cidade mais ao fundo, vemos que, apesar das dificuldades da região, ela tem muito a ensinar aos bairros nobres de São Paulo — como seu vizinho, o Morumbi.
Como reflexo do comportamento humano, o espaço domiciliar não é apenas a personificação das convenções sociais e hábitos culturais de uma sociedade, mas fundamentalmente um espaço que transparece todas as nossas idiossincrasias. Desde o advento do modernismo, inúmeros arquitetos utilizaram o design de interiores como uma ferramenta para expressar suas principais teorias e conceitos em relação a arquitetura e o espaço. No projeto da Casa Vanna Venturi, Robert Venturi optou por inserir componentes super-dimensionados em uma casa relativamente pequena, criando uma relação complexa e contraditória entre os seus elementos e o espaço. Na Villa Mairea, Alvar Aalto construiu uma casa “imperfeita”, como uma maneira de subverter os rígidos padrões estéticos impostos pelo funcionalismo. A Casa 2 LDK, projetada pelo vencedor do Prêmio Pritzker de 2012, o arquiteto chinês Wang Shu conseguiu inserir um pátio dentro de uma projeção de apenas cinquenta metros quadrados.
Na China, como resultado do recente e voraz processo de urbanização que transformou o país ao longo das últimas décadas, a maioria dos cidadãos foram forçados à viverem empilhados em apartamentos modulares e estandardizados, estruturas repetitivas construídas às pressas para atender uma demanda cada dia maior. Edifícios assépticos, desprovidos de escala, estilo e completamente desconectados de seus contextos específicos. Felizmente, até mesmo em um mar de estruturas estéreis, arquitetos se mantiveram fiéis aos seus conceitos e teorias, combatendo a padronização com criatividade e sagacidade. A equipe do ArchDaily China entrevistou quatro arquitetos de alguns dos mais importantes escritórios de arquitetura do país, incluindo o Atelier FCJZ, o Qiuye Jin Studio, o Atelier tao + c e o maison h, na esperança de revelar uma sutil diferença entre o significado de “habitação” e “casa”, e como eles têm lidado com estas estruturas altamente padronizadas ao desenvolver projetos específicos de interiores para seus clientes ao redor do país.
https://www.archdaily.com.br/br/936213/como-os-arquitetos-de-hoje-interpretam-o-design-de-interiores-na-china韩双羽 - HAN Shuangyu
Como um dos elementos arquitetônicos que com frequência promove a relação entre interior e exterior, a varanda também pode ser atribuída como o elemento intermediário entre a rua e os espaços interiores. No entanto, como elemento de destaque nas fachadas de edifícios - residenciais ou comerciais - estas podem promover certo desconforto térmico, dada a incidência direta da luz solar, ou no que se refere a privacidade, considerando sua posição em destaque e certo voyeurismo por aqueles que transitam no ambiente urbano. A partir disso, é no modernismo que arquitetos iniciam o processo de aplicação de brises de concreto e em alguns casos, cobogós, sobre a fachada de seus edifícios. Contudo, hoje em dia, com uma gama de materiais e possibilidades, profisisonais tem cada vez mais se apropriado de novas soluções em brises para proteger estes espaços das intempéries ao passo que garantem privacidade.
À medida que as cidades crescem e as realidades diárias modificam-se, as pessoas recorrem a novas maneiras de manter seu bem-estar. Embora o incentivo de estilos de vida ativos tenha sido o foco de muitos arquitetos e urbanistas, com o intuito de estimular o conforto e a saúde humana, os últimos tempos mostraram que essas instalações cobiçadas publicamente, nem sempre são acessíveis
https://www.archdaily.com.br/br/936454/13-solucoes-espaciais-para-organizar-seu-treino-em-casaAD Editorial Team
Museus são organizações complexas: curadores, arquitetos de exposições, restauradores, editores e profissionais de marketing precisam trabalhar juntos para garantir que as obras de arte em galerias e exposições sejam exibidas adequadamente ao público. Para esse processo, é fundamental o uso de vitrines eficazes, as quais devem proteger a arte e destacá-la esteticamente. Abaixo, delineamos algumas dessas considerações visuais e práticas com exemplos fotográficos da Goppion, dando algumas indicações de como alguém deve escolher quais casos de exibição usar.
Uma das cidades mais famosas do mundo - e a mais populosas dos Estados Unidos -, Nova Iorque apresenta uma grande mistura de culturas e história que foram moldadas ao longo dos séculos, com a arte e a arquitetura desempenhando um papel fundamental neste desenvolvimento.
Originados por volta de 7500 aC, os tijolos fazem parte da estética tradicional de muitas cidades ao redor do mundo. Ao longo de sua história, no entanto, a indústria de tijolos mudou e modernizou para permanecer relevante em termos de arquitetura. As inovações na fabricação de tijolos continuam a oferecer novas oportunidades de design, combinando o calor e o caráter dos materiais naturais com a eficiência e a estética dos edifícios modernos.
Um estudo divulgado pelo Projeto Drawdown mostra que neste exato momento temos acesso imediato a pelo menos 76 soluções para frear as mudanças climáticas. As soluções apresentadas são relativamente simples e o custo de colocá-las em prática é menor do que o custo de não adotar nenhuma medida.
Desde 20 de março, com o objetivo de proteger a saúde pública e reduzir a transmissão do COVID-19 no território argentino, o país decidiu decretar isolamento social, preventivo e obrigatório. Por meio dessa medida, todas as pessoas que vivem no país ou nele permanecem temporariamente devem permanecer em suas casas, abstendo-se de ir aos seus locais de trabalho, frequentar espaços públicos ou viajar.
A reestruturação da vida urbana já é notável: todos os eventos culturais, recreativos, esportivos e religiosos foram cancelados. Quando os cidadãos reduziram seus deslocamentos ao mínimo essencial, os espaços para reuniões, como praças e parques da cidade, ficaram desertos. Agora que as ruas estão vazias, as varandas se tornaram as novas plataformas de interação social e um espaço de celebração e protesto.
Com a crescente abertura de arquivos digitais e a disseminação de recursos virtuais, iniciativas visando a formação (cursos, treinamentos, tutoriais) e o lazer (documentários, livros digitais, visitas virtuais) online vêm ganhando grande destaque. Na última década, o Google Street View tem sido uma ferramenta muito prática para percorrer cidades e regiões metropolitanas de todo o mundo, no entanto, mais recentemente, os avanços tecnológicos e a colaboração do usuário na coleta de dados e informações têm contribuído para a evolução dos registros, levando as câmeras para os interiores de alguns edifícios icônicos.
Assim como os elementos arquitetônicos que compõem e conformam o espaço construído – piso, paredes e teto, os elementos vegetais também são capazes de conformar os espaços livres em áreas de grande, média e pequena escala, de parques a jardins residenciais, atuando como estruturadores espaciais. Segundo Benedito Abbud, “O paisagismo é a única expressão artística em que participam os cinco sentidos do ser humano. Enquanto a arquitetura, a pintura, a escultura e as demais artes plásticas usam e abusam apenas da visão, o paisagismo envolve também o olfato, a audição, o paladar e o tato, o que proporciona uma rica vivência sensorial, ao somar as mais diversas e completas experiências perceptivas. Quanto mais um jardim consegue aguçar todos os sentidos, melhor cumpre seu papel” [1],
Nesta segunda parte de nossa série buscaremos exemplificar de maneira prática a conceituação e utilização dos marcos visuais, eixos, escalas, visadas e sensorialidade em um projeto paisagístico.
No ano passado, o Prêmio Mies van der Rohe foi outorgado a um projeto de reforma de um edifício de habitação social, trazendo à tona a relevância da reabilitação física e moral dos blocos habitacionais construídos no período do pós-guerra em praticamente todas as cidades da Europa.
Ao contrário do que podemos acreditar, a perda de audição nem sempre é congênita. Mais cedo ou mais tarde isso pode acontecer com todos nós. Segundo a OMS, quase um terço das pessoas com mais de 65 anos sofrem de perda auditiva incapacitante. A perda auditiva é mais uma "diferença" do que uma "deficiência". Embora as demandas espaciais das pessoas com impedimentos auditivos não sejam tão marcadas como espaços para cegos ou para aqueles com mobilidade reduzida, a redução da capacidade auditiva implica uma maneira específica de experenciar o ambiente. É possível aprimorar essa experiência através do projeto de interiores?
O pátio é um elemento arquitetônico essencial em muitas culturas. No Brasil, encontramos exemplos dele tanto em edifícios antigos de influência portuguesa como na arquitetura moderna do século passado. Seu uso é frequentemente associado a benefícios bioclimáticos - melhorias na ventilação e iluminação naturais nos espaços internos - mas ele pode conotar muito mais do que isso. O vazio que representa, uma subtração no volume construído, pode estabelecer relações geométricas e visuais inesperadas e estimular diálogos cruzados entre diferentes partes do edifício.