Na encruzilhada, três mulheres com suas histórias e ancestralidades buscam vencer a demanda com um padê necessário: a construção de uma narrativa que tenta expurgar dos escombros epistêmicos algumas perguntas que nasceram da observação de como algumas pessoas reagiram ao fato de que um ‘favelado chique’ recebeu um prêmio internacional. O ca(u)so é o prêmio na categoria “Casas” da premiação internacional de arquitetura Building of the Year 2023 do ArchDaily, que fora concedido ao “Barraco do Kdu”, uma casa que expressa planejamento, design, concreto exposto, tijolo à vista, boniteza, poesia, mas… Desde sua concepção, trata-se de uma casa “fora do lugar” – e isso gerou incômodos. Neste texto, abordamos os (in)cômodos e as materialidades; as disputas de narrativas; o que está “fora do lugar” e quem classifica; território; design; estética; gingas; desautorização do discurso sobre si e outros atravessamentos.
Amália Cristovão dos Santos, Ana Carolina C. dos Anjos e Amanda Resende Castilho
Amália Cristovão dos Santos Leitora de livros e passarinhos, pesquisadora e historiadora das cidades, professora da Escola da Cidade (São Paulo) na graduação e coordenadora do curso de pós-graduação lato sensu Cidades em Disputa. Perfil profissional: linktr.ee/amaliasantos. Ana Carolina C. dos Anjos (Carol dos Anjos) Jornalista e Doutora em Sociologia, negra, ‘cria’ da favela (Aglomerado da Serra – BH/MG), academicamente nortista. Suas pesquisas se concentram na Comunicação Social, Sociologia e Estudos Culturais com ênfase em: Relações Étnico-raciais, Diáspora Africana, Plataformização da Sociedade, Teorias da Comunicação, Relações Técnico-mediadas e Identidade Cultural. Amanda Resende Castilho Arquiteta e urbanista com formação pelo Centro Universitário UNA e pós-graduação em Arquitetura, Educação e Sociedade pela Escola da Cidade. Faz parte do grupo de estudos e desenvolvimento pedagógico Desvios. Sua prática envolve participação como integrante do Coletivo LEVANTE, e a produção autônoma de arquitetura, expografia e ilustração