Algumas lições, mesmo que simples, podem ecoar de maneira duradoura em nossas práticas pessoais. É o caso de uma específica memória retomada ainda dos anos de graduação, no curso de Arquitetura e Urbanismo na Escola da Cidade, onde em uma aula de desenho técnico no segundo ano os professores sugeriram que retraçássemos as plantas da casa Butantã, do arquiteto Paulo Mendes da Rocha. A lembrança é que, de imediato, parte dos alunos considerou aquela atividade pouco especial ou sequer relevante, o que também pode ser compreensível, ao passo que para outros certamente foi prazeroso e frutífero – mesmo que não se lembrem desse específico episódio mais de uma década depois, como é aqui o caso. O valor de sermos expostos a diferentes atividades dentro das disciplinas, das mais as menos convencionais, das mais simples as mais elaboradas, é que cada indivíduo fará usufruto de uma ou de outra ferramenta e conhecimento de maneiras distintas. Daí a importância da amplitude de experiências, mesmo que dentro do aparentemente rígido ensino do desenho técnico. O que é banal para uns pode ser instrumental para outros, pontualmente ou de maneira prolongada.
Bruna Canepa
Bruna Canepa (São Paulo, 1988) é arquiteta formada pela Escola da Cidade (2013) e atualmente desenvolve sua pesquisa de mestrado "Uma Arqueologia do Desenho" na seção de História e Fundamentos da Arquitetura na FAUUSP. É co-fundadora do estúdio Miniatura com Ciro Miguel (2010 - 2014) e colabora com práticas baseadas em São Paulo, especialmente em projetos de expografia. Pesquisa e trabalha com desenho desde 2007, tendo participado de exposições dentro e fora do Brasil desde então.
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Retraçar para conhecer: arquitetura para além da visualidade
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