Há mais de 60 anos, Brasília surgiu do interior do Brasil. Desenvolvida em um cerrado deserto entre 1956 e 1960, a cidade que substituiu o Rio de Janeiro como capital do país foi um empreendimento conjunto do urbanista Lúcio Costa e do arquiteto Oscar Niemeyer.
Com sua forma alada, Brasília tornou-se um poderoso símbolo, pois representa uma das mais puras encarnações da esperança, do esplendor e da ingenuidade da arquitetura do século 20.
O futuro do planejamento urbano pode estar na segunda maior cidade do Brasil: o Rio de Janeiro. Mas não é ao longo da brilhante orla de Ipanema, negligenciada por abrigar alguns dos imóveis mais caros da América Latina. Tampouco está no Centro, reformado para as Olimpíadas de 2016 e agora foco de um grande plano de revitalização urbana. Para vislumbrar o futuro das cidades, deve-se passar pela Lagoa Rodrigo de Freitas até chegar ao bairro do Jardim Botânico e depois olhar para os morros, onde o imenso bairro da Rocinha está perigosamente empoleirado nas encostas.
Este artigo, escrito por Carlo Ratti, apareceu originalmente no The European intitulado "The Sense-able City". Ratti fala das forças motrizes por trás do movimento Cidades Inteligentes e explica por que pode ser melhor focar na adaptação de cidades já existentes com as novas tecnologias ao invés de construir novas.
Qual era espaço vazio apenas alguns anos atrás agora está se tornando New Songdo na Coréia, Masdar, nos Emirados Árabes Unidos ou PlanIT em Portugal - novas "cidades inteligentes", construídas a partir do zero, estão brotando por todo o planeta e os atores tradicionais, como governos, urbanistas e promotores imobiliários, estão, pela primeira vez, trabalhando ao lado de grandes empresas de Tecnologia e Informação - como a IBM, Cisco e Microsoft.
As cidades resultantes são baseadas na idéia de se tornar "laboratórios vivos" para novas tecnologias em escala urbana, diluir a fronteira entre bits e átomos, habitação e telemetria. Se o arquiteto francês do século 20 Le Corbusier avançou no conceito da casa como uma "máquina de morar", estas cidades poderiam ser imaginadas como microchips habitáveis, ou "computadores ao ar livre".
Leia para saber mais sobre a ascensão das Cidades Inteligentes.