O Brasil está no topo dos países que possuem maior biodiversidade. Com o maior número de espécies vegetais do mundo, das quais mais da metade são endêmicas, o Brasil abriga entre 15% e 20% da diversidade biológica do planeta. Considerando a grande extensão e diversidade dos ecossistemas do país, associados a uma ampla gama de serviços ecossistêmicos prestados, e a escala de degradação ambiental, torna-se crucial uma reflexão profunda e coletiva sobre como lidar com toda a riqueza biológica brasileira.
O processo de urbanização acelerado no Brasil transformou a paisagem de forma radical, pressionando os ecossistemas e retificando e enterrando corpos d’água. O modelo de rápido crescimento urbano adotado criou cidades insustentáveis, com baixa qualidade de vida, que alteraram profundamente os fluxos e processos naturais, gerando um território com altos índices de desigualdade e vulnerabilidade social, ecológica e econômica. Além de severos problemas como poluição do ar, da água, do solo e sonora que as cidades brasileiras enfrentam, observa-se uma falta de conexão das pessoas com a natureza e com os processos naturais, que está intrinsecamente relacionado a estilos de vidas sedentários e hábitos alimentares nocivos, levando a problemas de saúde física e mental que afetam o bem-estar da população urbana.