Laura Iloniemi

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Prêmio Pritzker: Tornando arquitetos "starchitects" desde 1979 (Mas a que custo?)

O cobiçado título "vencedor do Prêmio Pritzker" é hoje mais ou menos sinônimo de "star-architect", um termo que eu detesto e que a maioria daqueles descritos como tal provavelmente consideram irritante e constrangedor. E com razão. Estrelato no sentido de celebridade não ajuda a causa da arquitetura. A esposa de Wang Shu, Lu Wenyu, disse o mesmo quando pediu para não ser nomeada "co-laureada" com seu marido. Em uma entrevista para El Pais, observou "Estou feliz de poder fazer a arquitetura que acredito que ajude a melhorar nossas cidades. Estou convencida de que falar sobre isto desperta o interesse nos outros - e não ser famoso."

É claro que o Prêmio Pritzker não pretende criar uma escola de arquitetos famosos por serem famosos, mas reconhecer, celebrar e apoiar o talento, persistência e talvez uma contribuição única à causa da arquitetura. Cada um dos vencedores do prêmio merece este reconhecimento quer concordemos ou não com a escolha de um destinatário individual.

A cultura da fama é gerada não tanto por instituições culturais altruístas, mas em grande parte por uma mídia deslumbrada que busca criar um elenco de personagens famosos para escrever sobre. Há, é claro, pressão dos editores para fazê-lo, temendo talvez que com qualquer outro assunto possam perder leitores famintos pela cultura de celebridades. Os críticos, é claro, recebem também um status de celebridade secundária através da associação a esta cultura do estrelato.

O que o Guggenheim deveria considerar antes de construir em Helsinki

O Guggenheim está planejando um novo museu em Helsinki. O terreno está no coração da cidade, ao lado do mercado municipal do século XIX e do mercado ao ar livre, à dois minutos da Catedral de Helsinki. O projeto, portanto, tem grande potencial para se tornar um marco para a cidade. E muitos finlandeses são atraídos por esse mesmo potencial, querendo aumentar o turismo e evidenciar sua capital no mapa mundial. Houve também uma discussão no principal jornal do país, o Helsingin Sanomat sobre como os finlandeses devem acolher uma arquitetura mais alegre e divertida.

Destino-criação e arquitetura como entretenimento são, certamente, temas recorrentes do nosso tempo. Eles foram tratados com grande maestria por Frank Gehry no Guggenheim de Bilbao, inaugurado em 1997. No entanto, é importante lembrar que o Guggenheim de Bilbao pode ser considerada uma espetacular peça única. Prefeitos, políticos e líderes mundiais, desde então, procuraram, talvez de uma maneira muito fácil, transformar suas cidades através de marcos emblemáticos. Têm ocorrido muitas discussões sobre elevar as cidades a "nível mundial" através de gestos arquitetônicos, e muito desse marketing é totalmente alheio a ideia do que realmente faz boa uma arquitetura boa.