Marko Brajovic

Fundador do Atelier Marko Brajovic, tem a ideia do híbrido como fundamental em seus trabalhos multidisciplinares. Com a natureza como inspiração, sua visão arquitetônica atua em diversos campos e escalas em todo o mundo.

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Como viveremos juntos com todas as outras espécies?

Hashim Sarkis, curador da 17ª Exposição Internacional de Arquitetura, organizada pela La Biennale di Venezia, lançou um impressionante tema visionário no início deste ano: “Como viveremos juntos?”. Esta questão fundamental finalmente transcende todas as disciplinas e abre um portal existencial para a humanidade. Não se refere apenas aos seres humanos, mas a todas as espécies - os organismos não humanos também.

Arquitetura Flutuante na Amazônia: Folies Tropicales

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Flutuar é uma das formas de viver e se locomover mais antigas da humanidade. Esta prática ancestral hoje em dia é de grande interesse devido às mais frequentes inundações devidas ao Câmbio Climático.

Os povos ribeirinhos da floresta Amazônica flutuam há séculos com diferentes estratégias. Estudando as soluções arquitetônicas das comunidades locais e com o uso de tecnologia de materiais contemporâneos, os co-diretores da Architectural Association Visiting School Amazon o arquiteto Marko Brajovic e designer Nacho Martí organizaram um workshop internacional para experimentar com o tema da arquitetura flutuante.

As cidades no fim do mundo

Caminhar por São Paulo sem ver carros e caminhões me deixa com uma felicidade quase real, imaginando por um instante que a cidade deu certo, que o sonho de Jane Jacobs se realizou. E, com sincronia, um outro sentimento estético aflora inevitavelmente, uma sensação de “fim do mundo”. Este segundo impulso, se materializa num pensamento construtivo que não tem nada a ver com o fatalismo moral ou ainda menos a tragédia. Simplesmente é o fim de um mundo no qual a revolução industrial junto ao capitalismo liberal nos “educou” por dois séculos a aceitar. Este foi o mundo dos “recursos” naturais infinitos, do sonho da fartura energética e desejos de consumo voraz. Sonhos que nem eram nossos.