O que a chegada da família real portuguesa, o maior ponto de compra e venda de escravos do Brasil, o assassinato do estudante Edson Luís durante a ditadura militar e a propina de R$52 milhões recebida por Eduardo Cunha têm em comum? Todos aconteceram na zona portuária do Rio de Janeiro e agora podem ser (re)descobertos com o Museu do Ontem, aplicativo lançado pela Agência Pública que pretende resgatar essas histórias e promover uma outra relação com esse importante território da cidade.
Nana Soares
Museu do Ontem revela as histórias esquecidas da zona portuária do Rio de Janeiro
Aplicativo sobre jardins de Burle Marx aproxima população do patrimônio de Recife
Formas sinuosas, espaços contemplativos, vegetação nativa. Essas são algumas das características dos jardins de Burle Marx, um dos principais arquitetos e paisagistas da história brasileira. Em 85 anos de vida, há marcas deixadas por ele em diferentes cidades brasileiras, entre elas, Recife, onde morou por cinco anos.
Para resgatar esse episódio da história e promover a valorização do patrimônio local, o produtor cultural Sandro Lins desenvolveu o aplicativo Patrimônio PE Mobile, lançado no início de agosto. O dispositivo contempla 12 praças de Recife projetadas por Burle Marx e reúne informações e dados históricos sobre seus jardins e as temáticas, levantadas pelas professoras Julieta Leite e Ana Rita de Sá Carneiro, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Intervenção urbana transforma margem do rio em área de convívio público em Madri
Os rios conectam as cidades com sua história, topografia e geografia. Podem ser também espaços democráticos e de inclusão social, dando a pessoas de diferentes classes, origens e culturas as mesmas possibilidades de acesso a sua orla. Essa é a opinião do arquiteto Ginés Garrido, responsável pela revitalização da orla do rio Manzanares, em Madri, um projeto que transformou uma área de rodovias em um dos maiores espaços de convivência da capital espanhola e reconectou a população ao seu patrimônio natural.
Em passagem pelo Brasil, o arquiteto espanhol compartilhou a experiência do projeto Madrid Río, que tornou subterrâneos seis quilômetros de avenida e devolveu a orla do Manzanares à população, criando parques, quadras esportivas e uma praia urbana. Um projeto de fôlego, mas que, nas palavras do arquiteto, teve como maior desafio “fazer a população acreditar que a mudança era possível.”