Peter Calthorpe

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Como trazer as cidades-fantasma da China de volta à vida

Neste artigo, publicado originalmente no blog Point of View da revista Metropolis como "The Real Problem with China's Ghost Towns", o autor Peter Calthorpe explica os problemas dessas cidades, prevê o seu futuro sombrio e explora como o planejamento cuidadoso por trás da cidade de Chenggong poderia oferecer uma alternativa mais sustentável.

Nós todos vimos os relatórios sobre a evolução das “cidades-fantasma” na China, mostrando áreas imensas de arranhas céus e shopping centers vazios. Estas cidades estéreis parecem particularmente irônicas em um país onde planeja-se mover 250 milhões de pessoas do campo para as cidades nos próximos 20 anos. Mas essa demanda massiva e sem precedentes foi distorcida por uma série de fatores exclusivos da China. Incentivos financeiros falhos para as cidades e empreendedores, juntamente com a pobre oferta de serviços, comodidades e postos de trabalho cria a maioria dos problemas. Além disso, a classe média emergente chinesa está muito confortável (talvez demasiadamente) investindo no mercado imobiliário. Muitas vezes compram apartamentos em bairros incompletos, mas esperam para se mudar, com a esperança de que os valores subam. O resultado é uma sequência de grandes empreendimentos que permanecem como investimentos especulativos vazios, em vez de habitações e comunidades reais. Estes edifícios são uma preocupação atual, mas os problemas reais podem aparecer quando estes estiverem habitados.

Embora seja difícil obter dados sobre os níveis de vacância na China, há certamente muitos exemplos anedóticos em todo o país. Um exemplo bastante típico é Chenggong, a nova cidade planejada para 1,5 milhão de pessoas nos arredores de Kunming, no oeste do país. Esta cidade recém-construída ostenta a crescente Universidade de Yunnan, atualmente com 170 mil alunos e professores, um novo centro do governo, e uma indústria leve emergente. Ainda em construção estão a nova estação ferroviária de alta velocidade da cidade e duas linhas de metrô que conectam o centro histórico da cidade.