No projeto de espaços abertos, considero que um dos conceitos mais importantes — e mais difíceis de serem explicados — é o de conformação de espaços abertos “positivos”. Até onde pude apurar, essa denominação foi dada por Alexander et al (1977) no “Linguagem de Padrões” e continua sendo utilizada por outros autores (ver, por exemplo, CARMONA et al, 2003), apesar de não ser um termo amplamente adotado.
Renato T. de Saboya
Espaços abertos positivos
Fatores morfológicos da Vitalidade Urbana – Parte 3: Arquitetura da Rua / Renato T. de Saboya
* Este texto é uma versão compilada e revisada de dois posts publicados originalmente no Blog Urbanidades: Condições para a Vitalidade Urbana #3 – Características da relação edificação x espaço público e Condições para a Vitalidade Urbana #4 – Permeabilidade visual.
O terceiro fator a contribuir para a vitalidade dos espaços urbanos é o que tenho chamado de Arquitetura da Rua, ou seja, as características morfológicas das edificações e suas relações com o espaço aberto, bem como o conjunto e o ambiente que emergem dessa interação. Como veremos, a maneira como as edificações estão posicionadas e a forma como configuram seus sistemas de barreiras e permeabilidades em relação às ruas podem influenciar diretamente na quantidade de pessoas que utilizam o espaço público e no tipo de atividades que ali se desenvolvem.
Fatores morfológicos da Vitalidade Urbana – Parte 2: Acessibilidade / Renato T. de Saboya
* Este texto é uma versão ampliada deste post no Blog Urbanidades.
Em um texto anterior, propus um conceito de vitalidade urbana e discuti a importância da densidade de usos e pessoas. Neste, dou continuidade aos fatores da forma urbana e arquitetônica que influenciam mais diretamente esse fenômeno, tratando agora da acessibilidade, ou seja, da maior ou menor facilidade com que locais e pessoas são acessados pela população. Em primeiro lugar, é importante não confundir com mobilidade, que é a facilidade de se deslocar pelo sistema. Apesar de ambos estarem intimamente relacionados, são claramente duas coisas diferentes: maior mobilidade tende a trazer maior acessibilidade, mas não necessariamente. Uma maior mobilidade para um meio de transporte pode dificultar a acessibilidade para outro, como é o caso de grandes avenidas expressas que dificultam a transposição de pedestres. Além disso, uma parte importante da acessibilidade é justamente a desnecessidade de mobilidade, isto é, a diminuição das necessidades de deslocamento. Posicionar usos complementares próximos entre si, como residência e comércio vicinal, aumenta a acessibilidade e diminui a exigência de longas viagens de automóvel, por exemplo.
Fatores morfológicos da vitalidade urbana – Parte 1: Densidade de usos e pessoas / Renato T. de Saboya
Como todos os fenômenos urbanos que valem a pena ser estudados, a vitalidade urbana é um conceito complexo e multifacetado, que acontece a partir da interação entre diversos padrões sociais, espaciais e econômicos. Esta série de textos busca discutir e refletir sobre alguns desses padrões, examinando suas interfaces com a vitalidade e sua suposta capacidade de fazê-la emergir.