Romullo Baratto é arquiteto e urbanista, doutor em arquitetura e cinema pela FAU-USP. Project Manager do ArchDaily, também trabalha como fotógrafo de arquitetura. Integrou a equipe curatorial da 11ª Bienal de Arquitetura de São Paulo em 2017. Siga-me no instagram: @romullobf
Com objetivo de conhecer os arquitetos, os projetos e as histórias por trás da arquitetura portuguesa de referência, Sara Nunes, da produtora de filmes de arquitetura Building Pictures, lançou o podcastNo País dos Arquitectos, em que conversa com importantes nomes da arquitetura portuguesa contemporânea.
No episódio desta semana, Sara conversa com Tiago de Mota Saraiva, do ateliermob, sobre a recuperação de sete residências afetadas pelo incêndio de Pedrógão Grande, em 2017. Reveja as outras entrevistas realizadas pelo podcast No Pais dos Arquitectos e leia a transcrição da entrevista com Saraiva, a seguir:
A União Internacional de Arquitetos (UIA) anunciou os vencedores de seus prêmios anuais e da Medalha de Ouro, que foi conquistada pelo arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha, presidente do Comitê de Honra do 27º Congresso Mundial de Arquitetos – UIA2021RIO. Ele participará do evento também como palestrante, apresentando-se em julho.
Paulo Mendes da Rocha, hoje com 92 anos, acumula reconhecimentos relevantes como o Pritzker, o maior prêmio da Arquitetura no mundo, conquistado em 2006, e o Leão de Ouro, que destacou o conjunto de sua obra na Bienal de Veneza em 2016. Mendes da Rocha foi o primeiro brasileiro a receber a distinção.
Portugal é um país muito instigante quando se fala em arquitetura. Com pouco mais de 10 milhões de habitantes, sua produção não faz jus à escala populacional ou territorial, e esta arte não apenas faz parte como tem raízes profundas na cultura nacional. Com objetivo de conhecer os arquitetos, os projetos e as histórias por trás da arquitetura portuguesa de referência, Sara Nunes, da produtora de filmes de arquitetura Building Pictures, lançou o podcastNo País dos Arquitectos, em que conversa com importantes nomes da arquitetura portuguesa contemporânea.
As conversas são uma oportunidade de conhecer as pessoas, os bastidores, os processos e as referências de trabalho de arquitetos de grande envergadura. Para o primeiro episódio, Sara conversa com ninguém menos que João Luís Carrilho da Graça sobre seu projeto para o Terminal de Cruzeiros em Lisboa, concluído em 2018. Leia a entrevista na íntegra ou ouça o podcast, a seguir.
Utopias da vida comum é o título da participação brasileira na 17ª Bienal de Arquitetura de Veneza. Com curadoria do escritório mineiro Arquitetos Associados, em conjunto com o designer visual Henrique Penha, a mostra que ocupa o pavilhão do Brasil no Giardini busca mapear a presença das utopias em solo brasileiro, da cosmovisão Guarani da Terra sem Males até a contemporaneidade, destacando alguns momentos singulares na história.
A exposição, concebida antes da pandemia de Covid-19, ganha novos significados com o atual contexto de distanciamento físico entre as pessoas, especialmente se pensada a partir do tema central da Bienal, proposto pelo curador geral Hashim Sarkis: How will we live together? [Como viveremos juntos?]
Com objetivo de conhecer os arquitetos, os projetos e as histórias por trás da arquitetura portuguesa de referência, Sara Nunes, da produtora de filmes de arquitetura Building Pictures, lançou o podcastNo País dos Arquitectos, em que conversa com importantes nomes da arquitetura portuesa contemporânea.
Em seu primeiro episódio, Sara conversou com o arquiteto João Luís Carrilho da Graça sobre seu Terminal de Cruzeiros em Lisboa. Agora, para a segunda entrevista, recebe João Mendes Ribeiro para uma conversa acerca de temas como patrimônio, reuso de antigas estruturas e arquitetura da paisagem, a partir do projeto de reabilitação da estufa do Jardim Botânico de Coimbra, cidade onde o arquiteto mantém seu escritório. Leia a entrevista na íntegra ou ouça o podcast, a seguir.
Em um mundo que se apresenta cada vez mais polarizado e pouco tolerante em relação às diferenças, a contribuição portuguesa ao tema da Bienal de Arquitetura de Veneza – como viveremos juntos? – lança luz sobre o espaço público enquanto palco de forças opostas, confronto de ideias e coexistência social. Intitulada In Conflict, a participação de Portugal tem curadoria de Carlos Azevedo, João Crisóstomo e Luís Sobral, do escritório depA architects, com participação de Miguel Santos como curador adjunto.
Conversamos com os curadores sobre alguns aspectos centrais da mostra e do ciclo de debates que propõem – democracia, conflito e oposições de ideias no espaço urbano.
O 27º Congresso Mundial de Arquitetos realiza, de 19 a 22 de abril, a Semana Aberta Diversidade e Mistura UIA2021RIO. Serão três debates e a Live da Semana – em que as principais questões abordadas nos debates são aprofundadas por especialistas e eles também respondem a perguntas enviadas pelo público.
A 6º edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa, que acontecerá em 2022, traz como tema Terra. Com diferentes significados consoante a escala e o observador, Terra expressa o território, a urbe, a paisagem, o lugar ao qual pertencemos ou um continente visto do mar. Pode ser um planeta habitável ou matéria para cultivo. Pode estar em excesso ou fazer falta e pode ser um obstáculo ou um elemento na construção de comunidades. E é com o sentido de emergência que a Trienal 2022 convoca a reflexão sobre todas estas dimensões que estão intimamente relacionadas com a arquitectura.
Na semana passada, anunciamos os 15 finalistas do Obra do Ano de 2021, um prêmio que celebra o melhor da arquitetura lusófona, convidando nossos leitores a escolherem seus projetos favoritos construídos nos países de língua portuguesa. Chegou o dia de conhecer os vencedores do ODA 2021.
O 27º Congresso Mundial de Arquitetos deu início esta semana à sua programação online, que precede as atividades presenciais marcadas para acontecer entre 18 e 22 de julho. Inclusão social, periferia e intervenções arquitetônicas em favelas foram os temas dos debates que contaram com a participação de Fabienne Hoelzel, Maria Alice Rezende de Carvalho, Alfredo Brillembourg, Jorge Mário Jáuregui, Alejandro Echeverri e Adriana Levisky.
Adensamento e a demanda pelo solo urbano resultaram, entre outras coisas, na redução das dimensões dos lotes nas cidades. Grandes porções de terra, outrora destinadas a residências unifamiliares, passaram a receber edifícios onde vivem muitas famílias e, dependendo da localização, que contam em seus térreos com serviços e estabelecimentos comerciais. Construir uma casa em grandes centros urbanos não é fácil, e um dos motivos é a ausência de lotes para isso ou, quando existem, suas reduzidas dimensões.
Com um dos melhores sistemas de ensino superior do mundo, os Países Baixos oferecem anualmente bolsas de estudos para brasileiros através do programa Orange Tulip Scholarships. As inscrições para o ano letivo de 2021/2022 já estão abertas para estudantes de graduação, pós-graduação ou MBA.
Mais de 20 universidades holandesas participam do programa, oferecendo opções de bolsas para cursos das áreas de Artes, Ciências Biológicas, Saúde, Exatas, Tecnológicas e Humanas, incluindo alguns voltados à arquitetura e planejamento urbano – todos ministrados em inglês.
Considerado patrimônio imaterial pelo Conselho Estadual de Cultura (CEC) de Alagoas, o sururu é um molusco cuja pesca constitui a principal fonte de renda para diversas comunidades do estado. Apenas em torno do lago Mundaú, em Maceió, cinco favelas que vivem abaixo da linha de pobreza produzem anualmente cerca de 300 toneladas de cascas de sururu – uma enorme quantidade de um material que, até então, não apresentava nenhuma utilidade e acabava sendo destinado a aterros sanitários da capital alagoana.
Enxergando nisso grande potencial econômico e de engajamento social, os designers Marcelo Rosenbaum, Adriana Benguela, e Rodrigo Ambrósio desenvolveram o projerto Cobogó da Mundaú, que incorpora os resíduos da pesca do sururu na fabricação de elementos vazados para arquitetura.
A resiliência urbana foi posta em cheque com a chegada da pandemia de forma acelerada e drástica nas cidades. A limitação de deslocamentos, contatos e acesso aos espaços públicos foi a estratégia mais eficaz de contenção do vírus. Mas a estrutura da cidade, somada à falta de políticas públicas emergenciais, revelou-se nada resiliente quando grande parcela da população teve que continuar percorrendo longos trajetos em transporte público para trabalhar em serviços essenciais, e também quando a saúde mental e física da população foi afetada pela falta de acesso a locais que possibilitassem a prática de exercício físico em segurança, evidenciando a precariedade de oferta desses espaços na cidade.
Desenvolvido pelo estúdio brasileiro Democratic Architects, o O-SI - Ônibus de Saúde Imediata nasceu de ideias elaboradas por designers e médicos focados em desenvolver uma plataforma modular que disponibilizasse serviços de atendimento de saúde para a população, de forma moderna, segura e ágil, tendo como base a utilização de tecnologias de ponta e conceitos atuais de healthcare com mobilidade, reuso sustentável e inclusão social.
Falar é mais fácil que fazer, e quando nos referimos à prática da arquitetura – uma atividade fortemente condicionada por inúmeros fatores que lhe são, digamos, externos – essa afirmação toma ainda mais corpo. Não é qualquer profissional que se dispõe a contribuir com a solução de problemas de comunidades distantes, relativamente isoladas, e em condições de vulnerabilidade social e ambiental; este é, porém, precisamente o foco de atuação de Noelia Monteiro, arquiteta argentina que trabalha no Brasil e, junto de Christian Teshirogi, fundou em 2015 o Estúdio Flume.
Desenvolvendo projetos na companhia de equipes multidisciplinares que envolvem profissionais da arquitetura, engenharias, ciências sociais, geologia e antropologia, a abordagem da arquiteta não é, por isso, menos pessoal. Exige, na realidade, certa dose de envolvimento com as comunidades, aproximando as pessoas do processo de projeto desde os primeiros momentos até a conclusão. O resultado desta prática vem sendo reconhecido com importantes prêmios nacionais e, mais recentemente, o ArchDaily selecionou Noelia para sua lista de melhores jovens escritórios e práticas de 2020.
Entre 1914 e 1915, Le Corbusier projetava a Maison Dom-Ino, uma proposta de sistema estrutural que subvertia os modelos de então substituindo densas paredes portantes por pilares e lajes de concreto reforçado com aço. Muito mais leve e composto por elementos esbeltos, a este sistema se uniria o uso de grandes superfícies de vidro que garantiriam, de uma só vez, a entrada de higiênica luz solar nos espaços interiores e uma almejada transparência arquitetônica que diluiria as fronteiras entre interior e exterior – ao menos, metaforicamente.
Nos primeiros dois meses do isolamento em decorrência da Covid-19, o designer Ivan Jerônimo acumulou mais de quarenta desenhos que mostram objetos e ambientes de seu apartamento. São cenas comuns mas que, de repente, foram promovidas a primeiro plano durante a pandemia.