Na Bienal de Arquitetura de Veneza de 2016, o curador Alejandro Aravena decidiu reutilizar 100 toneladas de materiais descartados pela Bienal de Arte passada para montar a ambiência de salas das exposições. Mais do que proporcionar uma sobrevida a 10.000 m² de gesso acartonado e 14 km de estruturas metálicas, a iniciativa tinha o intuito de conferir valor, através do desenho, a algo que seria descartado como resíduo. E, principalmente, trazer à luz outra constatação: Como arquitetos, geralmente nos restringimos a pensar nos nossos edifícios durante o projeto, a construção e, quando muito, em como suas partes irão resistir ao tempo. Dificilmente pensamos do que serão deles quando demolidos, no fim de sua vida útil, e isso é algo que, urgentemente, deve entrar no debate.