Em 2016, o ganhador do Prêmio Pritzker Alejandro Aravena anunciou que seu escritório, ELEMENTAL, havia liberado os direitos a quatro de seus projetos de habitação social, e todos os documentos seriam disponibilizados em seu site para uso público. O objetivo de Aravena era iniciar um movimento em que os arquitetos trabalhariam juntos para enfrentar os desafios do mundo em torno da escassez de moradias e da acessibilidade econômica, especialmente com o aumento da migração. Os conjuntos de desenhos compartilhados e uma descrição dos princípios do projeto fornecem aos arquitetos a documentação necessária para construírem uma casa de baixo custo, incentivando os projetistas a fazerem o mesmo com seu trabalho, os empreiteiros a ajudarem na construção dessas casas e os governos a mudarem seu pensamento sobre como eles podem abordar a urbanização em massa. Seis anos depois, como o conceito de arquitetura open source progrediu, e como isso impactou a profissão do arquiteto desde então?
Existe um futuro para a arquitetura open source?
Quando o arquiteto desenha para comunidades: 9 equipamentos culturais
Um programa de caráter público cumpre diversas funções que além de aprimorar a dinâmica social do entorno, pode ser um importante fator para aumentar a sensação de pertencimento, a oferta de empregos e serviços, e a qualidade de vida no espaço. Por isso, após apresentar projetos habitacionais populares desenvolvidos em comunidades brasileiras, buscamos por equipamentos culturais que ocupam zonas rurais e urbanas menos privilegiadas em questões de infraestrutura.
Projetando para a realidade virtual, aumentada e o metaverso
A arquitetura molda nossas vidas todos os dias, mas como ela pode ser descentralizada? No centro dos esforços para projetar ambientes de realidade estendida (XR) está o desejo de tornar esses projetos mais humanos e mais relacionáveis. À medida que tecnólogos, arquitetos e os próprios usuários desenvolvem novas ferramentas para o metaverso, bem como espaços aumentados e virtuais, novos projetos são cada vez mais democratizados e de código aberto. Ao mesmo tempo, o processo de design está sendo reimaginado.
Como a inclusão de gênero está influenciando o desenho urbano
Na década de 1970, em Berkeley, Califórnia, um grupo ativista dos direitos das pessoas com deficiência, chamado Rolling Quads, começou a desmontar os meios-fios e instalar rampas improvisadas nas calçadas, exigindo acesso para os cadeirantes. Mas, o que as pessoas não esperavam era que os usuários de cadeiras de rodas não seriam os únicos a se beneficiar da intervenção. Logo, pedestres com carrinhos de bebê, compras pesadas, malas ou simplesmente com mobilidade reduzida passaram a usar regularmente as rampas. Da mesma forma, uma cidade com inclusão de gênero funciona melhor para todos. Uma cidade onde todas as minorias de gênero, com idades e habilidades diferentes, podem se locomover com facilidade e segurança, participar plenamente da força de trabalho e da vida pública, levar uma vida saudável, sociável e ativa é uma cidade que melhora a vida de todos.
O papel das bibliotecas na construção de uma sociedade criativa e inovadora
Como portas de acesso ao conhecimento e à cultura, as bibliotecas desempenham um papel fundamental na sociedade. Essenciais na criação de oportunidades de aprendizagem, bem como no apoio à alfabetização e à educação, os recursos e serviços que cada biblioteca oferece ajudam a moldar novas ideias que são centrais para a construção de uma sociedade criativa e inovadora.
Como os espaços arquitetônicos podem ser para todos?
A essência da democracia é o autogoverno e a autonomia do povo, com base em seus próprios direitos. Suas características são demonstradas na igualdade e na participação. Se democracia significa um modo de vida pública mais equitativo na arquitetura, então esse modo de vida depende da homogeneização da estrutura espacial do edifício, com espaços públicos abertos, transparentes e com diversas funções. Também é possível argumentar que o nascimento, a manutenção e o desaparecimento da democracia ocorreram no espaço público.
Democracia e apartheid estético na arquitetura
A arquitetura é há muito tempo uma profissão que opera em apartheid estético. A estética favorita do meio, o Modernismo, relegou todos os outros "estilos" à insignificância marginalizada em termos de reconhecimento, ensino e publicações. A última geração viu aqueles que seguem uma estética considerada "tradicional" criarem um sistema completamente separado de escolas, prêmios e publicações.
Direito de morar bem: quem tem acesso à moradia de qualidade?
A arquitetura, entendida como qualidade espacial e de projeto, é muitas vezes vinculada diretamente à riqueza, quase um artigo de luxo destinado a ser aproveitado por poucos em nossa sociedade, sobretudo quando nos referimos a projetos habitacionais em países com grande desigualdade social. Apesar da amplitude que a análise de projetos habitacionais pode ter, este texto pretende refletir sobre a produção de habitação coletiva atual, que tem na qualidade do ambiente construído um resultado derivado da compreensão da moradia como mercadoria e não como direito.
Os jardins se tornaram um privilégio?
Seja uma pequena varanda, um acesso a uma área verde ou um jardim privado, o espaço exterior tornou-se um privilégio para muitos, especialmente com o início da pandemia de Covid-19 e os vários períodos de lock down subsequentes. O espaço verde na cidade está constantemente sob ameaça do mercado ou de governos que buscam aumentar a densidade habitacional para alimentar uma demanda crescente por desenvolvimento suburbano. Como resultado, os jardins e o acesso a espaços verdes/exteriores têm diminuído nos últimos anos em algumas grandes cidades do mundo, uma vez que a prioridade é abrigar o maior número de pessoas possível em empreendimentos residenciais, muitas vezes desconsiderando características benéficas como o acesso a áreas externas.
Arquitetura acessível: democratizando o projeto e a informação
No início desse ano presenciei uma situação instigante. Acompanhei, via um amigo arquiteto, a negociação para a contratação de um projeto arquitetônico de uma residência unifamiliar. A proprietária do terreno, uma professora da rede pública, buscou auxílio profissional para construir sua tão sonhada casa, estimada em mais ou menos 60 metros quadrados. Tratava-se de um terreno desafiador, com recortes específicos e uma topografia muito acentuada que era compensada pela vista da cidade. O orçamento limitado e o histórico da proprietária indicavam que essa seria a versão litorânea da famosa Casa Vila Matilde do Terra e Tuma.
Qual o papel dos materiais e sistemas construtivos para democratizar a arquitetura?
"A Arquitetura não muda nada. Está sempre do lado dos mais ricos." Com essas palavras, Oscar Niemeyer se referiu à arquitetura como um privilégio destinado principalmente à classe alta - uma declaração que historicamente provou ser verdadeira, mesmo como alguns gostariam de negar. Hoje, apenas 2% de todas as casas ao redor do mundo foram projetadas por arquitetos. Isso se deve em grande parte ao fato de que, aos consumidores médios, as casas projetadas por arquitetos continuam sendo percebidas como produtos caros e inatingíveis disponíveis apenas para este poucos selecionados; Um luxo que muitos não podem entender, especialmente à medida que os preços da habitação aumentam. Por fim, isso torna o bom projeto inacessível para certos segmentos, forçando -os a se contentar com condições de vida precárias em espaços padronizados que não levam em consideração suas necessidades (ou seja, se eles têm acesso à moradia).
Acessibilidade e igualdade de oportunidades em 7 espaços educativos
Enquanto catalisadores democráticos, os espaços educacionais desempenham um papel fundamental na formação de indivíduos e comunidades como um todo. Estes lugares, onde os estudantes passam uma parte significativa do tempo desenvolvendo suas capacidades, habilidades e competências, são mais do que um pano de fundo para a promoção de um direito fundamental, eles são elementos-chave para proporcionar igualdade de oportunidades para todos.
Ágora: uma reflexão sobre as arquiteturas democráticas da Colômbia
Onde nos formamos como sujeitos da democracia? Onde tomamos consciência do indivíduo e do coletivo? Onde forjamos o caráter para viver juntos? Estas são apenas algumas das questões que a cooperativa de arquitetura Coonvite procura abordar a partir do desenvolvimento desta instalação artística chamada Ágora. Reunindo expressões e opiniões em torno da democracia, Víctor Muñoz foi o responsável pela curadoria do projeto, que está em exposição até 31 de julho no Centro de Artes da Biblioteca EAFIT em Medellín, Colômbia.
Arquitetura exclusiva: como as intervenções em espaços públicos ignoram os moradores de rua
A responsabilidade social e o desejo de melhorar a sociedade há muito são influenciados pelo ambiente construído. Olhando para os centros das cidades, a arquitetura tem contribuído para a melhoria do tecido urbano, seja através de estratégias de planejamento e zoneamento, integração de espaços públicos ou pequenas intervenções. Em alguns casos, no entanto, essas intervenções são de fato usadas como ferramentas para manter os sem-teto fora das ruas, disfarçadas de arte ou projetos conceituais. Várias políticas públicas urbanas proibiram implicitamente os moradores de rua e outros grupos sociais marginalizados nos centros das cidades, alegando que sua presença e uso "irregular" do espaço público poderiam comprometer a reputação, a segurança e a conveniência na cidade.
Paisagens invisíveis: quando as ferramentas digitais falham em documentar
A partir de uma pesquisa on-line feita de qualquer computador é possível ter imagens de muitas cidades do mundo pela perspectiva de pedestres. Essa tecnologia é poderosa, permitindo que as pessoas tenham uma visão aprofundada das cidades que um dia podem visitar, morar ou trabalhar. É uma ferramenta útil para entender os edifícios em um nível mais abrangente do que fotografias. Essa tecnologia é, obviamente, o Google Street View - que recentemente completou 15 anos.
Mulheres na gestão urbana: seis nomes que mudaram o jogo
Em diferentes partes do mundo as mulheres estão transformando as cidades e ocupando espaços no planejamento e na gestão urbana como nunca havia acontecido. Paris, Barcelona e Roma, por exemplo, além de serem cidades onde quase qualquer pessoa gostaria de viver, são, hoje, cidades gerenciadas por mulheres pela primeira vez em sua história, ambas em seu segundo mandato. Grandes mudanças e planos celebrados atualmente, como a “cidade de 15 minutos”, em Paris, a abertura da Times Square para as pessoas, em Nova Iorque, e a digitalização urbana de Barcelona como cidade inteligente, foram capitaneadas por mulheres.
Reproduzindo cidades não-violentas: 10 exemplos de espaços públicos amigáveis
Quando consideramos o contexto das cidades, ao mesmo tempo que a violência urbana é um reflexo dos problemas e das desigualdades sociais, ela também reflete no território e na nossa forma de viver. Em outubro, no dia 2, foi celebrado o Dia Internacional da Não-Violência – inspirado nisso, destacamos aqui uma série de projetos para refletir sobre formas não-violentas de ocupar os espaços públicos.