Chandigarh: O mais recente de arquitetura e notícia
Casa à Sombra da Mangueira / Design i.O
O laboratório modernista do futuro: explorando a arquitetura de Le Corbusier e Louis Kahn na Índia
No início de 2022, a curadora Lesley Lokko anunciou o título da 18ª Exposição Internacional de Arquitetura – La Biennale di Venezia: O Laboratório do Futuro. A intenção do tema é destacar o continente africano como protagonista do futuro, um lugar “onde todas essas questões de equidade, raça, esperança e medo convergem e se aglutinam”. Como o continente de urbanização mais rápida, a África é vista como uma terra com potencial, mas também repleta de desafios, onde questões de equidade racial e justiça climática são tratadas com um impacto significativo no mundo em geral.
No entanto, no final dos anos 1950, outro laboratório do futuro estava se formando, onde as novas ideias do modernismo produziram projetos monumentais e estruturas urbanas completas em uma escala sem precedentes: a Índia. Em busca de uma imagem moderna e democrática, o país recém-independente acolheu mestres da arquitetura ocidental como Le Corbusier e Louis I. Kahn e confiou a eles uma ampla gama de encomendas, desde o traçado urbano de Chandigarh e seus principais edifícios governamentais até universidades, museus e projetos domésticos de menor escala. O resultado é uma mistura de culturas influenciando-se mutuamente para gerar resultados inesperados.
Café e Padaria BEIGE / Arch.Lab
O legado de Jane Drew: uma pioneira para mulheres na arquitetura
Em 1950, Le Corbusier foi convidado a projetar a nova capital do estado indiano de Punjab, a cidade de Chandigarh, após sua separação e recente independência. A oportunidade de criar uma nova utopia foi inigualável e agora é vista como uma das maiores experiências urbanas da história do planejamento e da arquitetura. A cidade foi formada por padrões viários em retícula ortogonal, de estilo europeu, e edifícios em concreto aparente — o auge dos ideais de Corbusier ao longo de sua carreira. Mas o que é menos conhecido sobre a concepção e realização de Chandigarh foi a mulher que trouxe para o projeto sua experiência em projetar habitações sociais em toda a África. Por três anos, trabalhando ao lado de Corbusier e ajudando-o a projetar alguns dos edifícios mais conhecidos de Chandigarh, esteve Jane Drew.
Casa Prairie / Arch.Lab
Loja SHOP NO. 851 / Studio Ardete
Como a Índia está moldando o futuro da habitação
A Índia está repensando o futuro da habitação por meio de novas tipologias. Definida por influências históricas e culturais, a arquitetura contemporânea do país centra-se em discussões sobre a melhor forma de se modernizar. Construídos ao longo de milênios, os projetos habitacionais da Índia são feitos para atender a diversas escalas, programas e funções. Explorando uma paisagem urbana revitalizada, estes projetos habitacionais modernos começaram a dar um novo tom para o futuro.
Residência 1559/36 D / Studio Ardete
As obras modernistas de Chandigarh, pelas lentes de Roberto Conte
Famosa por seu plano urbano e edifícios cívicos, Chandigarh representa um fragmento icônico da arquitetura modernista. Este centro econômico e administrativo foi concebido para mostrar ao mundo o progresso da recém-independente Índia dos anos 50.
Escritórios Nureca Inc / NOOR Architects Consultants
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Arquitetos: NOOR Architects Consultants
- Área: 270 m²
- Ano: 2019
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Fabricantes: Aggarwal Bath Concepts, Ankit Dhawan, Duco, Dulux, FCML, +2
Fotos do cinema Neelam, um ícone modernista na Chandigarh de Le Corbusier
O Neelam Cinema é um dos três teatros construídos em Chandigarh, cidade modernista planejada por Le Corbusier. Construído pouco depois da independência da Índia no início dos anos 1950, o cinema está localizado na movimentada área industrial do Setor 17. Projetado pelo arquiteto Aditya Prakash sob a orientação de Le Corbusier e seu primo Pierre Jeanneret, a estrutura modernista permanece até hoje em sua forma original e continua projetando filmes de Bollywood. No entanto, sem a proteção como Patrimônio Mundial da UNESCO, o futuro do cinema permanece incerto. Abaixo, o fotógrafo britânico Edmund Sumner discute sua experiência de fotografar o cinema de 960 lugares, o coração da cidade, e um ícone de Chandigarh.
Conheça a casa em que viveu Pierre Jeanneret, primo e colaborador de Le Corbusier
O fotógrafo da Archi-Photo, Paul Clemence, compartilhou conosco algumas raras imagens da casa de Pierre Jeanneret em Chandigarh. Ele descreveu esta fantástica experiência em um artigo publicado na revista Modern Magazine, que republicamos aqui com sua permissão.
Chandigarh, a cidade modernista concebida e planejada por Le Corbusier na Índia, oculta o trabalho de outro arquiteto de quem se fala muito pouco. Além do do plano urbanístico e da maioria dos mais importantes edifícios públicos da cidade, projetados pelo arquiteto ícone do modernismo, também é importante destacar o primoroso trabalho desenvolvido por seu primo mais jovem, Pierre Jeanneret, que foi seu colaborador ao longo de muitos anos e foi responsável por transformar as visões de Le Corbusier em realidade. Os dois trabalharam lado a lado nesse grande empreendimento, compartilhando a mesma sensibilidade projetual. Nomeado arquiteto sênior, Jeanneret, de origem suíça, supervisionou as obras deste ambicioso projeto e mostrou suas muitas habilidades, desenvolvendo importantes relações com os profissionais e a comunidade local. "Ele é respeitado como um pai, adorado como um irmão pelos quase cinquenta jovens que se candidataram para trabalhar no Gabinete do Arquiteto", escreveu Corbusier em admiração ao seu primo.
Clássicos da Arquitetura: Projeto Urbano de Chandigarh / Le Corbusier
Em 15 de agosto de 1947, na véspera da independência da Índia do Reino Unido, veio uma diretiva que transformaria o subcontinente para as próximas seis décadas. A fim de salvaguardar a população muçulmana do país da maioria hindu, os líderes coloniais de partida deixaram de lado as porções noroeste e leste do território para seu uso. Muitos dos cerca de 100 milhões de muçulmanos espalhados por toda a Índia receberam pouco mais de 73 dias para se mudarem para esses territórios, as nações modernas do Paquistão e Bangladesh. À medida que as fronteiras dos novos países eram desenhadas por Sir Cyril Radcliffe (um inglês cuja ignorância da história e da cultura indianas era percebida pelo governo colonial como uma garantia de sua imparcialidade), o estado de Punjab foi dividido entre a Índia e o Paquistão, sendo que o último acabou ficando om a capital Lahore. [1] Foi na esteira dessa perda que o Punjab precisaria de uma nova capital do Estado: uma que não só servisse às exigências logísticas do estado, mas fizesse uma declaração inequívoca para o mundo inteiro de que uma nova Índia -modernizada, próspera e independente-tinha chegado.
Uma viagem pelos edifícios de Chandigarh através das lentes de Fernanda Antonio
Le Corbusier e Pierre Jeanneret construíram obras sublimes em meio à paisagem singular de Chandigarh, aos pés do Himalaia. Traçaram sobre ela uma nova ordem: novos eixos, novas manchas, novas perspectivas. Os edifícios erguidos na década de 1950 e começo da década de 1960 formam um dos conjuntos arquitetônicos mais significativos do século XX, e permitem uma das experiências mais singulares.
A arquiteta e fotógrafa Fernanda Antonio compartilhou conosco o registro da sua viagem pela cidade. Um passeio por oito edifícios e monumentos, com especial atenção para o complexo do Capitólio. Acompanhe o seu percurso e o seu olhar.
Archasm promove concurso para a conclusão do Capitólio de Chandigarh, projetado por Le Corbusier
A Archasm, uma organização online de concursos internacionais de arquitetura, lançou recentemente a competição “Chandigarh Unbuilt: Completing the Capitol”, que busca ideias para concluir e complementar o complexo do Capitólio em Chandigarh, Índia, projetado por Le Corbusier.
Três edifícios do complexo foram construídos segundo o projeto de Le Corbusier - o Secretariado, a Assembleia Municipal, e a Suprema Corte - mas o quarto e último edifício, chamado de Museu do Conhecimento, ainda não foi iniciado.
A Archasm busca propostas para um museu do conhecimento que se enquadrem no contexto do século XXI e, ao mesmo tempo, considerem a importância da arquitetura de Le Corbusier, o uso do espaço público e seu impacto na comunidade.
6 cidades de importância política construídas do zero
Sob a ameaça do fim da hegemonia de 1046 anos do Cairo como capital do Egito, mês passado o governo do Egito anunciou suas intenções de criar uma nova capital, ainda a ser nomeada, a leste do Cairo. A promessa da "Nova Cairo", com uma escala absurda de mais de 700 quilômetros quadrados, atraiu manchetes ao redor do mundo; um empreendimento de 45 bilhões de dólares em habitação, comércio, marcos emblemáticos - entre os quais um parque temático maior que a Disneylândia - projetados para atrair turistas de todas as partes do globo. E é claro, os planos incluem a promessa de residências para, pelo menos, 5 milhões de residentes, com um vasto número de escolas, hospitais e edifícios religiosos e comunitários que uma cidade moderna requer, fazendo a nova capital do Egito a maior cidade planejada da história.
A ideia de construir uma nova cidade capital surgiu em diversos governos na história; uma forma de começar do zero, estimular a economia e colocar visões próprias de mundo em pedra e concreto. Até mesmo a antiga Cairo foi fundada com propósito de ser a cidade capital, embora o desenho urbano tenha sido alterado desde então. E continua a mudar hoje; veja a lista completa de diferentes formas de construir uma cidade totalmente nova, a seguir.
Clássicos da Arquitetura: Palácio da Assembléia / Le Corbusier
O concreto aparente conforma a materialidade do edifício, que ergue-se monumental no entorno aberto e vasto de Chandigarh. A estrutura reticulada ortogonal e homogênea marcam as laterais da obra: brises horizontais e verticais dispostos diagonalmente. Na coberta, cúpulas e volumes de desenhos inusitados geram a forma do edifício, que não é senão uma base para o jogo de objetos sobre ela.