O diagnóstico geral da situação existente é o ponto de partida para a elaboração do projeto e o primeiro passo para qualquer intervenção projetual. Nas áreas informais o que interessa é seu potencial de mobilização produtiva do território, que pode encontrar no projeto seu agente desencadeante.
A questão é, como articular a cidade de fluxos (de mercadorias, pessoas, informação) com a cidade dos lugares (o fixo). Como articular a cidade global (inserção territorial da globalização) com a cidade local (território produtivo, de enraizamento).
É necessário pensar e atuar a partir de uma eco-concepção, isto é, desde a definição de um caminho preventivo capaz de permitir a redução dos impactos negativos de cada atuação sobre o meio ambiente, o entorno e as comunidades, considerando os ciclos de vida de materiais e produtos.
Desde o primeiro momento da análise do lugar, é necessário considerar as relações entre a cidade, a urbanidade e o espaço público, e a forma na qual cada edificação, como parte de um todo, assumirá sua “parcela” de responsabilidade urbana. O objetivo deve levar em conta desde o primeiro momento o compromisso com nossas cidades e sociedades divididas, entendendo isto como a tarefa de articular aspectos físicos, sociais, ecológicos, de segurança dos cidadãos com as próprias problemáticas do sujeito contemporâneo. O que por sua vez implica na ética com a estética e a política.
Considerando o magma do formal e o informal como o caracterizado por um conjunto complexo de fatores entrelaçados, onde o que interessa são os elementos intermediários dos quais surgem articulações mediante densificações, intensificações, reforçamentos e diversificações.
Trata-se de articulações de estratos ou de redes, mediante o encadeamento de uma variedade de elementos heterogêneos, onde o projeto é um mecanismo de determinação: relações casuais devem ser construídas.
Atualmente há a necessidade de uma arquitetura e de um urbanismo que dialoguem com entorno, e que por sua vez sejam capazes de modificar a cidade.
A catástrofe que afeta a maioria das metrópoles contemporâneas é a carência de estratégias e de políticas urbanas, resultado da fragmentação do território numa descontínua e descoordenada sobreposição de iniciativas.
O desafio de um pensamento verdadeiramente ético é reinventar suas próprias normas frente ao desconhecido.
A dimensão cultural da cidade contemporânea implica em enfrentar com eficácia o local a partir de uma lógica que tenha na ideia de campo (como cruzamento de forças, tensões, escalas, ações e atividades) para reestruturar uma situação incompleta. O lugar como um limite no qual são oferecidos novos vínculos e conexões a várias escalas. As intervenções devem agregar energia vital a um lugar.