Enquanto houver edifícios, a humanidade continuará a procura por construir o seu caminho para o céu. De pirâmides de pedra aos arranha-céus de aço, sucessivas gerações de arquitetos criaram maneiras cada vez mais inovadoras de aumentar os limites verticais da arquitetura. Seja em pedra ou aço, cada tentativa de atingir alturas sem precedentes representou um vasto empreendimento em termos de materiais e trabalho - e quanto mais complexo o projeto, maior a chance das coisas darem errado.
North Korea: O mais recente de arquitetura e notícia
As curiosas histórias por trás de 10 icônicos arranha-céus
A realidade suspensa da arquitetura socialista da Coreia do Norte pelas lentes de Raphael Olivier
A Coreia do Norte é um dos poucos países ainda em regime comunista, e provavelmente o mais isolado e desconhecido do mundo. Este é o resultado da filosofia Juche -- um sistema político baseado na autossuficiência nacional que é parcialmente influenciada por princípios marxistas e leninistas.
Nos últimos anos, no entanto, o país diminuiu as restrições aos turistas, permitindo o acesso a um número limitado de visitantes. Na série fotográfica “North Korea – Vintage Socialist Architecture", o fotógrafo francês Raphael Olivier retrata o patrimônio arquitetônico de Pyongyang. Conheça a capital do país pelas lentes de Olivier, a seguir.
O futuro de ontem, hoje: Como é ser arquiteto na Coréia do Norte?
Originalmente publicada na Metropolis Magazine como "The Future of Architecture, According to a North Korean Architect, esta entrevista com Nick Bonner, curador da Seção Norte-Coreana do Pavilhão da Coréia na Bienal de Veneza 2014, investiga as realidades do trabalho de um arquiteto em um dos países mais fechados do mundo.
Há uma boa chance de você nunca pisar na Coréia do Norte, o que não é o mesmo que dizer que você não pode. O interesse no estado socialista é cada vez maior, um fato refletido pelo aumento no número de turistas ansiosos para descobrir os locais e atrações de Pyongyang. Nick Bonner, fundador da Koryo Tours, vem trazendo visitantes para a República Popular Democrática da Coréia (DPRK) há mais de duas décadas. Ele recentemente foi encarregado da curadoria de uma pequena exposição no Pavilhão Coreano na edição deste ano da Bienal de Arquitetura de Veneza.
Para os "Utopian Tours" Bonner encomendou projetos de um arquiteto norte-coreano não identificado, pedindo-lhe para imaginar uma infra-estrutura totalmente nova para acomodar grupos maiores de turistas. As ilustrações resultantes são fascinantes: o futuro da arquitetura, pelo menos na Coreia do Norte, se parece muito com o futuro de ontem, onde os turistas viajam em aerobarcos e os trabalhadores vivem em hotéis em forma de zigurate inspirados em montanhas e árvores.
A revista Metropolis convidou o arquiteto paisagista a mostrar um panorama geral do atual cenário da arquitetura em um dos países mais isolados do mundo.
Exposição “Crow's Eye View” – Coréia é premiada com o Leão de Ouro na Bienal de Veneza 2014
Atualmente a Coréia apresenta um exemplo extremos de polarização pós-guerra: dois sistemas políticos e econômicos opostos, constantemente apresentados em contraste/conflito pela mídia global, que ainda mantém uma relação estreita e complicada. O papel da arquitetura nessa polarização foi instrumental. A Coréia do Norte buscou representar as aspirações de uma nova nação comunista num contexto devastado após a guerra - a tabula rasa a partir da qual as adaptações do modernismo poderiam surgir. Na Coréia do Sul, o rápido crescimento econômico alimentou uma forma de modernização que representava os ideais de um mundo globalizado.
Estas distintas absorções da modernidade, e a relação entre estas duas nações vizinhas, estão representadas no Pavilhão da Coréia através de uma exposição chamada Crow’s Eye View, vencedora do Leão de Ouro na Bienal de Veneza 2014. A densa exposição, com curadoria de Minsuk Cho juntamente com Hyungmin Pai e Changmo Ahn, utilizou cada canto do pavilhão para representar o tema. Os curadores convidaram um grupo multidisciplinar de arquitetos, urbanistas, poetas, escritores, artistas, fotógrafos, cineastas, curadores e colecionadores a demonstrar (graças às suas disponibilidades, já que cooperações oficiais com instituições da Coréia do Norte se provaram impossíveis) as interseções e divisões arquitetônicas entre as Coréias do Norte e do Sul.
Reconhecida pelo júri como "pesquisa em ação", Crow’s Eye View proporcionou uma adição valiosa a um discurso que vem sendo predominantemente efetivado por narrativas ocidentais. E é precisamente isso que, segundo rumores, fazem deste o pavilhão favorito de Koolhaas.