O antimonumento 2146 Stones – Monument Against Racism / The Invisible Monument é uma intervenção realizada em 1993 na praça Saarbrücken por Jochen Gerz e alunos de sua disciplina na faculdade Hochschule der Künste Saar, em Saarbrücken, Alemanha. Realizada segundo a prática constante de vigilância [1] de Gerz, a obra é fruto de um momento de inquietação na produção artística alemã que questionava a arte representativa de uma geração nascida no pós-guerra, assim como a busca de quem ao mesmo tempo viveu os eventos da 2ª Guerra Mundial, do início e do fim do Muro de Berlim, enquanto havia um esforço nacional para evitar as memórias do Holocausto.
Escola da Cidade: O mais recente de arquitetura e notícia
Passado negativo: o processo de construção do Monument Against Racism
Uma análise interseccional da mobilidade urbana: um direito social
É perceptível a exclusão do gênero feminino da formação do espaço, refletindo um lugar de insegurança e de vulnerabilidade. Neste contexto, a mobilidade urbana, tal qual conhecemos, reproduz as desigualdades de gênero, raça e classe existentes em nossa sociedade. Seja por meio da caminhabilidade ou do transporte público, o fato é que a forma como os deslocamentos são realizados não se adequa às necessidades das mulheres, especialmente aquelas autodeclaradas pretas e pardas e com menor renda. Buscamos aqui, portanto, dar especial atenção para o modo como as noções de interseccionalidade têm operado nessa mobilidade urbana como um direito social para todas e todos.
Futebol, política e sociedade: uma reflexão de Juca Kfouri
A Escola da Cidade recebeu o jornalista Juca Kfouri para uma conversa sobre a relação entre sociedade, política e futebol. Juca falou da presença do futebol na sociedade e como ele é também um meio de fazer política, ressaltando que ele é um fator cultural, econômico e também de formação. Abordou também temas como os últimos acontecimentos no Pacaembu e a importância do Maracanã.
Alegoria e arquitetura moderna: uma análise do filme "Vontade Indômita"
Vontade Indômita (The Fountainhead em inglês), de 1949, baseado no romance A Nascente da escritora russa naturalizada nos Estados Unidos Ayn Rand, retrata a jornada de um jovem arquiteto vanguardista que se encontra dentro de um debate arquitetônico entre a “criação” e a industrialização da profissão. O romance de 1943 apresenta o Objetivismo de Rand, filosofia à qual se ateve por grande parte da carreira e que define o ser humano como um ser heróico, cuja atividade mais nobre é a realização produtiva, mesmo se só for alcançada através de renúncias e auto sacrifício.
Mais é mais: subvertendo a máxima de Mies van der Rohe
Não há dúvidas de que a construção do Pavilhão de Barcelona, de Mies van der Rohe, foi desenhada de modo a reafirmar o movimento moderno. Esse "ícone" do movimento, presente no imaginário arquitetônico, foi construído para ser efêmero. Com o fim da Exposição Internacional o pavilhão foi desmontado, entretanto, foi reconstruído 54 anos depois, o que levantou um debate no campo arquitetônico acerca da veracidade dessa réplica.
Gênero e sexualidade na configuração do lar
A arquitetura e os espaços que nos permeiam, assim como a arte, a moda, a alimentação, e tantos outros aspectos que amparam a construção física e social de uma sociedade, desempenham um papel essencial na manutenção dos valores morais e culturais ali estabelecidos. Dentre os espaços construídos, talvez tenha sido a moradia quem exerceu o principal papel na produção e reprodução de relações de poder dentro e fora do âmbito privado.
Sob uma perspectiva de gênero e sexualidade, é no ambiente doméstico que percebemos de forma mais explícita o uso da arquitetura como vetor moral, auxiliando na construção de papéis específicos para as figuras feminina e masculina, e para a compreensão da família nuclear como base da sociedade ocidental.
Do diagrama ao projeto: a Cidade Universitária da Universidade Nacional da Colômbia
As Cidades Universitárias constituíram a ação arquitetônica e urbana mais contundente dentro do período dos governos progressistas latino-americanos, apesar das influências norte-americanas, pioneiros no conceito de campus [1], os projetos realizados na América Latina aconteceram em contextos diferentes e tiveram desdobramentos muito particulares. Devido ao tamanho e a complexidade destes conjuntos, por exemplo, muitas décadas foram necessárias para que fossem concluídos. Essa condição permitiu a participação de várias gerações de arquitetos, o que conferiu diversidade à sua arquitetura. Outra característica na América Latina é a íntima relação entre os projetos das Cidades Universitárias e Governos desenvolvimentistas, como aponta Gorelik, 2005, que em momentos de prosperidade econômica investiram em políticas públicas.
Urbanização de Heliópolis: os desafios da intervenção na cidade informal
A configuração do bairro de Heliópolis é consequência de um histórico de ocupações irregulares e de urbanização complexa. Os enfoques do poder público na região nas últimas décadas têm sido os mais variados, sem que, tenha sido possível superar o caráter informal do território, especialmente no que diz respeito à implementação total e articulada da infraestrutura urbana. Foi para abordar esse contexto que o escritório Vigliecca & Associados foi convidado a desenhar os conjuntos habitacionais para as Glebas A e H, realizados, respectivamente, em 2004 e 2013.
Representações de Carolina Maria de Jesus e Clarice Lispector: corpo, cidade e território
Carolina Maria de Jesus e Clarice Lispector estão entre as mais relevantes escritoras brasileiras do século XX. Este ensaio é uma análise sobre as representações que as envolvem e, principalmente, um gesto que complexifica a comparação entre as duas, traçando uma reflexão sobre corpo e cidade, de um ponto de vista interseccional.
Cidadania crítica: entender o passado, reconstruir o presente, qualificar o futuro
A Escola da Cidade, por meio do evento XVI Seminário Internacional – Cidades em debate: olhares e práticas contemporâneas, organizado pelos Professores Silvio Oksman e Sabrina Fontenele, recebeu a arquiteta Joice Berth para uma fala sobre a cidadania.
O eruv enquanto artifício de territorialização das comunidades judaicas ortodoxas nas metrópoles
O eruv divide o público do privado, o secular do sagrado e o trabalho do shabat. O presente ensaio pretende entender como as tradições da cultura judaica se atualizaram ao longo dos séculos e convivem hoje com a dinâmica da metrópole, deixando marcas identitárias no espaço urbano. Ou seja, buscamos aqui o tensionamento entre as relações de comunidade, identidade e pertencimento, que constroem outras leituras, compressões e compartilhamentos nos espaços públicos da cidade.
O Arco da Destruição: políticas de apagamento no desenvolvimentismo do Regime Militar
Que relações entre o campo social da memória e a construção da cidade podem ser identificadas no período da ditadura civil-militar brasileira? Partimos da ideia de que a formação da cidade envolve uma série de disputas e concessões entre os mais diversos entes que compõem a sociedade. Uma vez que, como sabemos, cada agente social possui um lugar de fala diferente dos demais, as suas opressões ou privilégios são transportadas ao campo das memórias, que por sua vez se transcrevem na construção do ambiente urbano. Isto é, as opiniões e vontades de determinadas comunidades, por dotarem de mais recursos, determinam muitas vezes como os lugares serão erguidos e as narrativas tecidas sobre eles.
Um lugar comum entre o Brasil e o México: entrevista com Gabriela Carrillo
O curso de pós-graduação da Escola da Cidade – Geografia, Cidade e Arquitetura recebeu Gabriela Carrillo para uma série de aulas. Em março de 2022, o Coletivo Feminista Carmem Portinho entrevistou a arquiteta, que nesse primeiro semestre de 2022 foi curadora, junto a Loreta Castro Reguera, do módulo México.
Gabriela é formada e acadêmica da Faculdade de Arquitetura da UNAM, onde lidera o Seminário de Investigações e Titulação Estúdio RX, é membro do Sistema de Criadores de Arte do FONCA e membro da Academia de Arquitetura desde 2020, também levou o prêmio Architect of the Year 2017 pela The Architectural Review e pela Architectural Digest México em 2020. Leia a entrevista a seguir.
Moradas Infantis em Canuanã: encontro entre arquitetura vernacular e tecnologias industriais
O premiado projeto Moradas Infantis em Canuanã foi desenvolvido pelos estúdios de arquitetura Aleph Zero e Rosenbaum entre 2016 e 2017. Localizado em uma escola rural mantida durante quase 40 anos em Formoso do Araguaia, no Tocantins, atende cerca de 842 alunos em um regime de internato. Os arquitetos foram escolhidos para requalificar o alojamento, formado por duas vilas idênticas, uma para mulheres e outra para homens, propostas para 270 alunos cada uma, e elaborar uma solução arquitetônica que organizasse o espaço habitacional dos estudantes em uma área escolar.
Denise Scott Brown: arquitetura, urbanismo e fotografia
"Avó da arquitetura", como Denise Scott Brown se apelidou, por se comparar à uma guardiã de uma memória institucional que sabe todas as armadilhas do meio em que vive, torna-se impossível não relacionar tal definição com a importância que ela tem no campo da arquitetura e urbanismo, design e fotografia. Na tentativa de impedir seu apagamento, esse texto busca trazer notoriedade para a produção de Denise, uma arquiteta interdisciplinar, cruzando informações obtidas em entrevistas e artigos.
Como a arquitetura pode contribuir com o ensino?
A arquitetura escolar tem uma grande importância na criação de ambientes de ensino mais efetivos, principalmente na relação da pedagogia proposta pela escola e espaços mais equitativos. A partir deste pressuposto foi realizada uma pesquisa abarcando quatro escolas nas quais a arquitetura dialoga e contribui com a pedagogia adotada por cada uma delas.
Mulheres e a divisão do trabalho na arquitetura: palestra com Ana Falú
A Escola da Cidade, por meio do evento XVI Seminário Internacional – Cidades em debate: olhares e práticas contemporâneas, recebeu a arquiteta Ana Falú para discutir a importância de interseccionar temas complexos que trazem luz sobre as desigualdades e permitam falar do feminismo plural. Na conferência, a arquiteta e ativista social argentina propõe apresentar investigações feministas que tratem de projeto e de políticas urbanas a partir das perspectivas de gênero, em especial na América Latina.
A recepção de Jane Jacobs no Brasil
A contribuição de Jane Jacobs ao modo de se olhar e pensar as cidades foi das mais importantes do urbanismo contemporâneo, fato visível na recorrência de suas ideias em debates cujo tema é a cidade, nos quais “Morte e Vida de Grandes Cidades” (The Death and Life of Great American Cities, 1961) é com frequência destacado. A obra só foi traduzida para o português e publicada no Brasil em 2000, pela Editora Martins Fontes.