Embora exista mais equilíbrio entre o número de mulheres e homens na arquitetura atualmente, a paisagem era bem diferente há algumas décadas. As mulheres pioneiras arquitetas tiveram que resistir em uma profissão dominada por homens e enfrentaram ceticismo em contextos desafiadores, como os próprios canteiros de obra. Zaha Hadid comentou sobre a dificuldade de inclusão no que chamou de "Boys Club", listando as dificuldades em chegar a acordos ou criar parcerias. Lina Bo Bardi, por sua vez, usou sua forte personalidade para superar o machismo de seu tempo. Embora com essas dificuldades, algumas mulheres sempre encontraram uma maneira de se destacar e trazer contribuições inestimáveis à profissão.
Em diversas ocasiões, lembramos de arquitetos famosos e suas descobertas materiais ao longo do tempo. Mas que tal reconhecer as contribuições das mulheres para a disciplina? Discutir suas explorações materiais pioneiras é essencial para entender seu papel nos projetos. Com uma análise do trabalho das conhecidas arquitetas Lina Bo Bardi, Norma Merrick Sklarek e Zaha Hadid - que introduziram técnicas inovadoras e tendências materiais - a discussão a seguir traz à luz como as ideias das mulheres influenciaram o desenvolvimento da arquitetura. Identificar suas abordagens sobre como gerenciar estruturas e materiais ajuda a entender a personalidade de seu trabalho e como implementar estratégias semelhantes no futuro.
Realizada pelo Ministério da Cultura e Instituto Bardi, a exposição "Lina e Zé: Transgressões" acontece simultaneamente na Casa de Vidro e Teatro Oficina, de 26 de outubro a 07 de dezembro de 2024, e revela aspectos inéditos da parceria entre a arquiteta Lina Bo Bardi e o diretor teatral José Celso Martinez Correa.
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O século XX marcou uma mudança definitiva no campo da arquitetura, à medida que o movimento modernista rompeu com os estilos tradicionais de construção e encorajou a experimentação e inovação. Com a ajuda de novos materiais e tecnologias, essa época representa um momento crucial na história da arquitetura, já que tanto as cidades quanto as técnicas de construção evoluíram em um ritmo sem precedentes. No entanto, muitas estruturas – que até hoje permanecem como testemunho – estão perto de completar cem anos de idade. O design austero dessas estruturas nem sempre são acolhidas pelo público, enquanto os princípios funcionalistas muitas vezes dificultam a adaptabilidade dos seus espaços interiores. Considerando que muitas vezes ocupam posições centrais dentro da cidade, há uma pressão crescente para demolir essas estruturas e reconstruir essas áreas completamente.
Livro de autoria do historiador Jayme Vargas e do fotógrafo Ruy Teixeira reúne galerias e coleções nacionais e internacionais para traçar um panorama da recente valorização da produção moderna brasileira de móveis Com textos e ensaios fotográficos sobre 31 coleções e galerias dedicadas ao design moderno brasileiro, o livro Horizonte ampliado – design moderno brasileiro coloca em evidência o modo como este patrimônio material é percebido hoje. Uma percepção que foi sedimentada no decorrer das décadas que se passaram, desde seu período originário, e que identifica essa produção como parte essencial das trajetórias modernizantes do Brasil do século XX. Suas
Dentre as muitas marcas deixadas pela arquiteta Lina Bo Bardi na arquitetura brasileira está o uso da cor vermelha como elemento de destaque em suas obras. Seja trazendo leveza e vividez à dureza do concreto paulistano do Sesc Pompeia ou aquecendo a alvura do Solar do Unhão da Bahia, o vermelho transcendeu o status meramente visual e estético para tornar-se uma característica distintiva da arquiteta ítalo-brasileira, tecendo conexões entre muitas de suas obras.
Em um mundo de texturas, cores e sabores extravagantes, quem diria que uma substância incolor, insípida e inodora é justamente a mais essencial para a existência humana. Antagônica por si só, a água carrega uma ambiguidade de valores e significados os quais lhe conferem um alto grau de complexidade sustentado pelo seu perfil versátil e dissolúvel que a singulariza em uma complexa simplicidade. Nesse sentido, a água, como fonte de vida, ao longo do tempo se tornou tanto um objeto de devoção quanto de estudo, fomentando um esforço contínuo focado em entender, transportar e controlar este elemento.
A Barco galeria, localizada no centro de Santiago, Chile, organizou uma homenagem à arquiteta Lina Bo Bardi. A exposição Sirena, da artista Jessica Briceño com curadoria de Matías Allende Contador e Anton zu Knyphausen, coloca o trabalho disciplinar de Bo Bardi como ponto central de reflexão através de uma instalação imersiva que reúne cinco peças que abstraem seus recursos mais recorrentes. A mostra conta com colaboração da Embaixada do Brasil no Chile.
A galeria ocupa uma sala dentro do Edifício Barco, de Sergio Larraín, uma obra pioneira da arquitetura moderna chilena. Propõe uma prática curatorial dedicada ao debate, pesquisa e desenvolvimento de ideias críticas e inovadoras relacionadas à arte e arquitetura por meio de ciclos expositivos. Suas exposições mais recentes incluem 1972: Ciudades para el centro de Santiago, Solo tendrás piedras e Anaquel de Manufactura Aditiva.
Grande parte da produção da arquitetura moderna no continente americano foi baseada no modelo dos arquitetos europeus que, com suas obras, lançaram as premissas e ideias fundamentais para a vida moderna. Estes pilares da arquitetura foram transferidos, e consequentemente adaptados, ao território americano, introduzindo, ao mesmo tempo, suas próprias características de acordo com o contexto territorial, sócio-cultural e econômico.
Entendemos que uma boa arquitetura é aquela que serve como modelo para resolver problemas inerentes ao campo em geral. É por isso que certas referências que consideramos hoje como "clássicos" são exemplos de boas práticas arquitetônicas que foram apropriadas por outros arquitetos, a partir da adoção de elementos pertinentes e necessários para alcançar um resultado de acordo com cada contexto particular.
Max Bill foi um designer, pintor, escultor e arquiteto suíço reconhecido como um dos mais influentes do século 20, principalmente pelo movimento concretista, atuando especialmente na área da educação, no Brasil e na Alemanha. Já Lina Bo Bardi, uma das mais icônicas arquitetas do século 20, que ficou conhecida por projetar o MASP e a famosa Casa de Vidro. Seu legado extrapola o campo da arquitetura, pois ela também contribuiu para a cenografia, artes plásticas, desenho de mobiliários e design gráfico.
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Entre senhora e arquiteta, Lina Bo Bardi aparece nas páginas da revista O Cruzeiro, tanto nas colunas femininas por seu risoto à milanesa, como nas matérias sobre cultura como a arquiteta do MASP (Museu de Arte Moderna de São Paulo). Publicada semanalmente pelos Diários Associados de Assis Chateaubriand, O Cruzeiro dispunha de notoriedade e circulação no âmbito nacional e, apesar de direcionada para donas de casa das classes mais altas, apresentava um conteúdo bem amplo, abrangendo matérias de moda, cultura, cinema, política, além de “secções (sic) de aconselhamento feminino”.
Se hoje as tecnologias despontam para diversas formas de representação e interação com o desenho, compreender como os arquitetos se comunicam através dos traços realizados à mão pode ser fundamental para se aprofundar no tema da visualização arquitetônica. Através da simplicidade dos gestos, pequenos textos ou uma colagem de referências, é possível traduzir ideias de forma inovadora, diferentemente dos modos que um render pode apresentar. Por isso, evidenciamos aqui o trabalho de grandes nomes como Lina Bo Bardi, Renzo Piano, Pezo von Ellrichshausen e Mikkel Frost, que a partir de diferentes técnicas revelam distintos modos de representar um projeto.
Um curso sobre a vida de Lina Bo Bardi (1914-1992), arquiteta brasileira nascida em Roma. Com ênfase em seus projetos de arquitetura e de exposições, as aulas apresentarão desde sua formação na Itália até histórias dos processos de concepção e construção de edifícios como o Masp, o Sesc Pompeia e o Solar do Unhão.
O 6º Prêmio {CURA} revelou o resultado de seu concurso para estudantes e jovens arquitetos. Nesta edição, os participantes foram convidados a propor intervenções temporárias em obras da Lina Bo Bardi. A proposta poderia ser implantada em qualquer cidade do Brasil, desde que fosse uma intervenção em obra da arquiteta.
https://www.archdaily.com.br/br/973890/resultado-do-6o-premio-cura-intervencao-na-obra-de-lina-bo-bardiEquipe ArchDaily Brasil
No próximo dia 07/10 (qui), às 19h, o CURA promoverá a quinta entrevista com jurados do 6° Prêmio {CURA} e assim apresentarão o quinto nome do júri aos participantes: Marcelo Ferraz. A ideia é que a conversa seja material complementar para aqueles que estão realizando o concurso. Dessa vez, Francesco Perrotta-Bosch, que também é membro do júri, irá conduzir a conversa, representando nosso parceiro, editora Todavia.
_ Marcelo Ferraz Arquiteto formado pela FAU-USP em 1978, é sócio fundador do escritório Brasil Arquitetura (1979), onde tem realizado vários projetos com premiações no Brasil e exterior. Colaborou com Lina Bo Bardi em todos os
Em 1963, a exposição “Nordeste” inaugurou o Museu de Arte Popular do Unhão em Salvador. Apesar do fortuito cenário para que Lina Bo Bardi deslanchasse o projeto do museu nas dependências restauradas do Solar do Unhão, suas atividades foram interrompidas após um ano de existência. A mostra temporária e única aberta ao público contou com empréstimos de diferentes coleções particulares e acervos museológicos para apresentar uma extensa reunião de objetos variados, baixo um convite ao público geral para compreender o valor do fazer técnico popular. A exposição que a gosto da arquiteta teria sido intitulada ‘Civilização Nordeste’ acusou posturas de classe pouco relacionadas com o conhecimento do que qualificou como a "atitude progressiva da cultura popular ligada a problemas reais". (BO BARDI, 1963)
Os Emirados Árabes Unidos ganharam o Leão de Ouro de Melhor Participação Nacional na Bienal de Veneza de 2021 por sua contribuição intitulada Wetland, com curadoria de Wael Al Awar e Kenichi Teramoto. Selecionada por um júri formado por Kazuyo Sejima (presidente do júri, do Japão), Sandra Barclay (Peru), Lamia Joreige (Líbano), Lesley Lokko (Gana-Escócia) e Luca Molinari (Itália), a contribuição vencedora da 17ª Arquitetura de Veneza Biennale explora a geografia local dos Emirados Árabes Unidos para encontrar alternativas ao cimento, um dos principais emissores de dióxido de carbono do mundo.
O 6º Prêmio {CURA} dá continuidade à proposta de realização de concursos de ideias com temas que se alinham às discussões atuais da arquitetura, cidade e sociedade, buscando aprofundar-se na discussão sobre o Brasil atual. Em 2021, a equipe curatorial da 17ª Bienal de Arquitetura de Veneza decidiu dar um Leão de Ouro póstumo pela carreira a Lina Bo Bardi (1914-1992), a maior arquiteta brasileira, pois, apesar de nascida em Roma, se naturalizou brasileira em 1953. Também celebramos o lançamento do livro Lina: Uma Biografia de Francesco Perrotta-Bosch, da editora Todavia.
Para comemorar a premiação e pensando em homenagear Lina e seu incrível trabalho, o tema do 6º Prêmio {CURA} é Lina Bo Bardi.
https://www.archdaily.com.br/br/964547/6o-premio-cura-aberto-a-estudantes-e-jovens-arquitetos-tem-como-tema-lina-bo-bardiEquipe ArchDaily Brasil
Entre as décadas de 1950 e 1960, Lina Bo Bardi foi editora da revista Habitat, conhecida por publicar matérias e pesquisas relacionadas a manifestações culturais e artísticas produzidas por povos originários. A publicação, que se manteve em circulação até 1965, foi um dos arautos da síntese entre o modernismo universal e o primitivismo local – elemento central da mitologia da modernidade brasileira. Quase seis décadas mais tarde, o arquiteto e curador Paulo Tavares realiza uma espécie de "des-edição" da revista, colocando em perspectiva essa noção de síntese à luz de discussões contemporâneas que exploram o território de justaposição entre modernidade e colonialismo. Lançada recentemente pela editora n-1, Des-Habitat explora artifícios gráficos e editoriais para criar quase que um fac-simile da antiga publicação chefiada por Lina, sobrepondo uma nova camada – crítica, revisionista e necessária – a uma discussão que vem revelando muitos novos desdobramentos.