- Ano: 2011
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Fotografias:Sebastián Crespo
Descrição enviada pela equipe de projeto. LOCAL
O conjunto localiza-se no Vale subtropical de Yunguilla (1400msnm), a 60km da cidade de Cuenca. Historicamente, esta área foi conhecida por suas plantações de cana-de-açúcar, no entanto, esta deu lugar a fazendas de veraneio e plantações menores.
O terreno onde as casas estão situadas permaneceu virgem até o início da obra. Portanto, ao dar inicio à intervenção, encontramos belas árvores de Faique em meio ao matagal que crescia livremente. Os moradores do vale normalmente cortam estas árvores pois não são frutíferas e em seus ramos crescem múltiplos espinhos de até 10 centímetros. Considerou-se que estas árvores davam o caráter da paisagem e da intervenção arquitetônica. O bosque de Faiques foi respeitado; ou melhor, sua presença dá nome ao conjunto.
Optamos por implantar as habitações na porção mais alta do morro, para que a vista da maior parte do vale fosse aproveitada. Cada moradia consiste em dois volumes, de modo a respeitar plenamente a topografia e conservar a maioria das árvores.
Os volumes são simples, porém intensos, justamente para destacar a floresta, para construir com ela a paisagem; em suma, para construir com sua presença ali. Telhados planos são coberturas verdes onde foram colocadas plantas nativas para gerar sombra e para que a laje absorva menos calor. No exterior foram plantadas novas arvores da mesma espécie e cultivou-se grama entre elas.
CONSTRUÇÃO
Os maiores volumes são os dois planos horizontais entre os quais estão localizados algumas paredes não-estruturais que definem os espaços internos. Pilares de aço oxidado preenchidos de concreto suportam estes planos e marcam o ritmo da fachada. Este sistema de pilares e lajes libera as paredes internas de qualquer função estrutural de maneira a possibilitar a flexibilidade dos espaços internos.
A escolha do sistema construtivo se dá ao buscar a relação entre interior e exterior de modo direto e flexível. O mobiliário da área social é móvel para que se possa ter duas qualidades de espaço: o primeiro fechado para proteger o interior de intempéries e de insetos; e o segundo totalmente aberto integrando o espaço interno com a paisagem.
Uma destas casa tem suas paredes de concreto revestida de pedra vermelha da costa do Equador, enquanto a outra tem revestimento de micro-cimento branco. Os acabamentos das casas variam de acordo com a personalidade, interesse, valores, gostos e costumes de seus proprietários.
PROGRAMA
O terreno tem uma area de 3 hectares, mas as moradias ocupam uma fração específica da area. O maior volume de cada habitação tem uma área de 156 m², enquanto o menor tem 54m². O volume maior acomoda a área social, a cozinha e a sala principal, enquanto no outro estão os quartos adicionais.
Procura-se criar espaços abertos e contínuos, dando uma sensação de espaço infinito onde o espaço interior e o exterior não tem limites. As duas casa tem seu dinamismo principal na área externa; no entanto, uma se abre para a vista e a outra está imersa na floresta, criando espaços mais íntimos e introvertidos. Os espaços de portal são fundamentais pois convertem-se em espaços intermediários que permitem relação direta entre interior e exterior. O espaço mais importante e destacado da casa é o espaço aberto central, usado como área social, que atinge uma íntima relação com o exterior, com a natureza, com o orgânico.