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Fotógrafo:Enric Duch
Descrição enviada pela equipe de projeto. A encargo deste projeto era criação de um espaço cultural onde seriam desenvolvidas três tipos de atividades: Um centro de lazer para as crianças até 14 anos, um centro de atividades culturais e um espaço de atuações polivalentes.
O espaço urbano a ser localizado era um pequeno lote integrado à Praça Miguel Aso que, de acordo com as normas, só permitia construções térreas, com altura não superior à das construções vizinhas.
Com o objetivo de complementar o programa de necessidades, as circunstâncias precedentes obrigaram a levar em conta a construção de um pavimento subterrâneo para duplicar a área. Necessariamente, teria que ser assim, já que a execução de um pavimento semienterrado implicaria em diminuir o pé direito acima.
As atividades infantis deveriam ser situadas no térreo, mas as bordas metálicas estruturais para poupar a iluminação e as limitações de altura sobre o nível do solo (< 4 m), além de implicações das normas de proteção contra incêndio, impediam a execução de espaços de Atuações Polivalentes no nível subterrâneo.
Nesse sentido, parecia apropriado situar os usos infantis e os culturais no subterrâneo. O piso ao nível do solo seria reservado para as necessidades comuns e a localização do Salão polivalente. O encaixe buscou a máxima utilização da área disponível.
Visto desta forma e considerando que o programa subterrâneo demandava muita luz, a obsessão era valorizar a arquitetura com a iluminação que não existia ali, mas que deveria ser a protagonista do espaço. Apreende-se o edifício como um objeto captador de luz, integrado como elemento urbano na praça, valorizando o espaço que não deve ser densificado. A altura do resto do construído domina nosso objeto e sua cobertura acaba por ser mais uma fachada no entorno urbano.
A luz é conseguida mediante três mecanismos: a utilização de duas escadas de vidro situadas nas duas extremidades da fachada, atuando como eixos de comunicação vertical e localização de espaços de serviço. A execução da fachada externa dupla de vidro e a carpintaria interna nas fachadas sudeste e sudoeste, que conformam um L percorrendo a sala de atuações polivalentes em todo o comprimento e largura, com o objetivo de preencher de luz as paredes do subsolo situados na mesma orientação. Além disso, localiza-se um vazio - um pátio na fachada sudeste que percorre toda a seção do edifício, ao redor do qual são incorporados os usos da Planta Subterrânea, ou seja, as Salas para atividades Culturais, os espaços para o Centro de Tempo Livre e as áreas de distribuição - conexões e acessos.
Neste contexto existente, o objeto situa-se como um volume puro de vidro, nos lugares em que necessita-se de iluminação em toda a seção, e de aço galvanizado nas zonas em que é necessário opacidade.
Nossa pretensão era instalar uma claraboia no vazio urbano, um captador de arquitetura.